Nosso país obteve avanços extraordinários na valorização dos trabalhadores e trabalhadoras, manutenção e avanço dos seus direitos e respeito às organizações sindicais, mas ainda estamos muito longe do ideal nas relações entre trabalhadores e empregadores. Ainda vivemos discriminações de gênero e cor, convenções internacionais ainda são desrespeitadas, assim como a própria legislação do país.

Nosso país obteve avanços extraordinários na valorização dos trabalhadores e trabalhadoras, manutenção e avanço dos seus direitos e respeito às organizações sindicais, mas ainda estamos muito longe do ideal nas relações entre trabalhadores e empregadores. Ainda vivemos discriminações de gênero e cor, convenções internacionais ainda são desrespeitadas, assim como a própria legislação do país.

Dentre todos os ramos de trabalhadores e trabalhadoras no Brasil, certamente um dos que são mais mal tratados é o dos trabalhadores domésticos, uma  categoria de aproximadamente oito milhões de pessoas, composta por mais de 90% de mulheres e, dentre estas, com mais de 80% de mulheres negras. Submetidas a jornadas enormes, vítimas de assédio moral e sexual e até de violência física, estas companheiras, em sua maioria não têm registro em carteira e são discriminadas, inclusive, na própria legislação do país.

A luta das trabalhadoras domésticas, representadas por seus sindicatos e sua federação nacional, filiada a CUT, têm recebido solidariedade do movimento sindical combativo.

Esta luta, evidentemente, não diz respeito só ao Brasil por isso, por iniciativa da CUT e outras centrais, a reunião da OIT em junho terá como um dos principais pontos de pauta a questão do trabalho doméstico dentro do contexto da  humanização do mundo do trabalho. Faz parte da humanização das relações trabalhistas a livre organização sindical. Hoje temos sindicatos atuantes em todos os ramos de atividade, as centrais sindicais são reconhecidas, a greve se consolida como um direito inalienável dos trabalhadores…

Entretanto, persiste uma visão antidemocrática da maioria dos empregadores: o impedimento à organização por local de trabalho. Com exceção das grandes categorias, com forte tradição de organização, a regra no nosso país é que não exista organização por local de trabalho na grande maioria das categorias profissionais. Por incrível que possa parecer, ainda existem inclusive, empregadores que demitem trabalhadores pelo simples fato de serem sindicalizados. A luta da CUT por organização nos locais de trabalho é uma das principais bandeiras que os petistas devem abraçar para que a democracia finalmente entre nas relações trabalhistas no Brasil.

João Felicio, secretário Sindical Nacional do PT.