Evento da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça pelo Dia Internacional da Mulher homenageou as mulheres perseguidas na ditadura militar, julgou requerimentos de anistia política a perseguidas políticas e promoveu debate sobre a importância da mulher na luta pelos direitos humanos.

Evento da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça pelo Dia Internacional da Mulher homenageou as mulheres perseguidas na ditadura militar, julgou requerimentos de anistia política a perseguidas políticas e promoveu debate sobre a importância da mulher na luta pelos direitos humanos.

Numa iniciativa  da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, em parceria com a Secretaria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres (SPM), a Secretaria de Direitos Humanos (SDH) e a Secretaria da Mulher do Governo do Distrito Federal, a 13ª Anistia Cultural entregou, no dia 15 de março, portarias de anistiadas para Sônia Hipólito, Denize Crispim, Rose Nogueira, Maria Thereza Goulart, Rita Sipahi e Damaris Oliveira Lucena – todas perseguidas politicamente durante a ditadura. Participaram do evento, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, participam do evento as ministras-chefe da SDH, Maria do Rosário, e da SPM, Iriny Lopes, a secretária de Estado da Mulher do GDF, Olgamir Amância, e a presidenta da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, deputada federal Manuela d’Ávila.

No mesmo evento, foi realizada a sessão especial de julgamentos dos requerimentos de anistias políticas de quatro mulheres que enfrentaram a ditadura militar: Margarita Babina Gaudenz (BA), Iracema Maria dos Santos (SP), Helena Jório de Vasconcelos (MG) e Linda Tayah de Melo (RJ). Uma  mesa de debates sobre a importância da mulher na luta pelos direitos humanos e contra o regime de exceção foi promovida, com a participação da Secretária Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Regina Miki, a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) e a pedagoga Ana Maria Araújo Freire, viúva do educador Paulo Freire.

A participação das mulheres na defesa dos direitos humanos e na luta contra a ditadura será tema da 13ª Anistia Cultural que o Ministério da Justiça irá realizar nesta terça-feira (15), em Brasília. Promovida pela, a atividade é uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher.

Quem são as homenageadas:

Sônia Hipólito – Militante da União Nacional dos Estudantes (UNE), foi presa pela primeira vez pelo DOPS/SP, por participar do congresso da entidade em São Paulo, em 1968. Em 1969 militou na Ação Libertadora Nacional (ALN), sendo presa novamente em 1970. Exilada em 1973, passou pelo Chile, Argentina, Alemanha e França, onde permaneceu até 1976. Voltando ao Brasil em 1979, passou a atuar junto a movimentos sociais e a militar no Partido dos Trabalhadores (PT).

Denize Crispim – Militante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), foi presa quando estava grávida de seis meses de Eduarda, sua filha com Eduardo Leite "Bacuri" (de quem foi companheira até sua morte sob violenta tortura pelas forças da repressão). Sua soltura foi negociada mediante prisão do marido, visto por Denize pela última vez na prisão, desfigurado pelas torturas. Obteve asilo diplomático na Itália em 1971.

Rose Nogueira – Ex-militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), era jornalista quando foi presa pelo "esquadrão da morte" do DOPS, em 4 de novembro de 1969, em São Paulo. Abrigou diversos resistentes e revolucionários em sua casa, entre eles Carlos Marighella. Rose foi presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) e do Grupo Tortura Nunca Mais/SP. Segue até os dias atuais com sua militância pelos Direitos Humanos.

Maria Thereza Goulart – Viúva do ex- presidente João Goulart, deposto em março de 1964, a primeira-dama exilou-se com a família no Uruguai e, posteriormente, na Argentina, onde Jango veio a falecer em 6 de dezembro de 1976. Maria Tereza voltou ao Brasil em 1976 para enterrar Jango, e em 1980 para viver novamente no país.

Rita Sipahi – Natural de Recife, foi dirigente da UNE, militante da Juventude Universitária Católica e participou da estruturação da Ação Popular no Ceará. Durante a ditadura emigrou para São Paulo e Rio de Janeiro, mas não conseguiu evitar seu seqüestro e prisão pelas forças da repressão. Foi condenada pela Justiça Militar de São Paulo. Após a ditadura, estabilizou-se enquanto servidora pública e seguiu atuando junto a movimentos sociais.

Damaris Oliveira Lucena – Militante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), viu o marido ser morto na frente dos filhos por agentes da repressão. Foi presa e banida juntamente com os filhos Adilson, Ângela e Denise Lucena, que ingressaram no sistema prisional ainda menores de idade.

Saiba mais sobre o evento, clicando aqui
Com informações da Ascom/Ministério da Justiça e Agência Informes.