Era 31 de março de 2004. Um ato para relembrar os 40 anos do golpe de 1964 aconteceria no Teatro Elis Regina, em São Paulo. Lélia Abramo foi convidada, mas sentia muitas dores, provocadas por uma fratura na bacia. Ao ser indagada por Tadeu de Pietro se queria mesmo ir, ela respondeu:

– É preciso, vamos!

A determinação de Lélia, uma das fundadoras do PT, traduz a disposição que caracteriza os militantes e o Partido dos Trabalhadores. Se era preciso ir, então o PT estava lá, apontando para frente,  enfrentando os desafios e tratando de superá-los. Foram inúmeros os momentos, desde 1980,  que partido e militância foram chamados a se posicionar e desfraldar bandeiras.

No momento de fundação do PT, ninguém poderia imaginar que em 31 anos o partido teria quase 1,5 milhão de militantes, 60 mil dirigentes, já teria conquistado cadeiras nas Câmaras Municipais, nas Assembleias Legislativas, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.  Também não se poderia imaginar ali que, ao completar 22 anos, o partido elegeria o presidente da República do Brasil. E que quatro e oito anos depois, reelegeria um representante para o mesmo cargo.

O PT agregou desde o início sindicalistas, estudantes, muitos movimentos sociais e militantes dos mais diferentes segmentos e em todas as partes do país. E esses militantes foram a força motriz do partido. Durante os 31 anos essa militância vem  comparecendo às urnas nas eleições e consultas internas, saiu às ruas para defender os candidatos do partido e se fez presente com suas camisetas vermelhas e bandeiras nas mãos nos momentos mais importantes da vida do país. Nos momentos de euforia, era a militância que saia às ruas para comemorar eleições ganhas, mas nos momentos de crise, foi essa mesma militância que apontou a direção que o partido deveria tomar.

Aos 31 anos, o Partido dos Trabalhadores é referência nacional e internacional. Participa de fóruns nacionais e internacionais e é convidado a apresentar sua experiência em países nos quais a esquerda procura se organizar, sempre fiel aos princípios de combate às desigualdades e à defesa da liberdade e da democracia. A solidariedade é uma das principais características que norteiam o partido e isso se refletiu também nas duas gestões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e agora no governo da presidenta Dilma Rousseff que se inicia.

Nos 31 anos do PT, reunimos aqui informações relevantes sobre o partido
 

Especial – Documentos históricos (resoluções de encontros e congressos, programas de governo, pesquisas de evolução partidária, Exposição de Cartazes (30 anos), depoimentos.

Revista Teoria e Debate – Especial 30 anos – textos abertos para leitura

Exposição de fotografias das campanhas vitoriosas de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência da República

 

O portal do PT recolheu depoimentos de parlamentares, gestores e militantes do partido em forma de  texto e vídeo.  Reproduzimos alguns abaixo:

Ricardo Berzoini, ex-presidente nacional do PT  e deputado federal – “O PT surgiu como um partido da esquerda brasileira com um projeto novo de organização, com uma visão de renovação da política brasileira, e ao longo desse período acumulou força suficiente para, não só se tornar um partido importante, mas uma alternativa real de poder. E no plano nacional, especialmente, nós rapidamente alçamos a condição de um partido que representa uma série de demandas populares por democracia, por descentralização econômica, orçamentária e, principalmente, pela redução da desigualdade social. Então podemos comemorar esses 31 anos com a certeza de que a caminhada até aqui foi vitoriosa, mas sem esquecer que ainda temos muito a fazer.”

Edinho Silva, presidente do PT do estado de São Paulo, deputado estadual (PT/SP) e ex-prefeito de Araraquara (SP) – “O PT pode ser um formulador de novas bandeiras, do resgate da simbologia e dos valores do socialismo, para mostrar ao mundo que é possível gerar riquezas respeitando o meio ambiente, os trabalhadores, e erradicando a miséria. É utopia? Não sei. Mas foi pelas utopias que o PT combateu o bom combate.”

André Vargas, secretário Nacional de Comunicação do PT e deputado federal (PT/PR) – “A grande força do PT não está nos seus governos, não está nos seus parlamentares, e nem nos seus 60 mil dirigentes, a força do PT está na sua militância, está na vibração, quando nosso militante vai às ruas, e disputa politicamente cada passo.”

Delcidio Amaral, senador (PT/MS) – " O PT nestes 31 anos teve uma trajetória extraordinária.  Temos hoje a maior bancada na Câmara dos Deputados,  a segunda maior bancada no Senado, e a    aprovação de projetos que ao longo da história do PT, o PT trabalhou, defendeu e hoje o país se beneficia desse esforço fantástico das bancadas do PT na Câmara dos Deputados e no Senado."