Teve início na tarde desta quinta-feira (4), em Brasília, a terceira edição do Seminário Brasil e China, realizado pelo Partido dos Trabalhadores juntamente com o Partido Comunista Chinês (PCCh), desta vez com a temática “Propostas para uma nova ordem internacional".

Teve início na tarde desta quinta-feira (4), em Brasília, a terceira edição do Seminário Brasil e China, realizado pelo Partido dos Trabalhadores juntamente com o Partido Comunista Chinês (PCCh), desta vez com a temática “Propostas para uma nova ordem internacional".

A delegação chinesa, chefiada por Wang Shiming, vice-ministro do Gabinete da Comissão de Construção da Civilização Espiritual do Comitê Central do PCCh (SECPCE), foi recebida pelo presidente Ricardo Berzoini, pelo presidente eleito José Eduardo Dutra e por Valter Pomar, secretário de Relações Internacionais, além de demais dirigentes, quando foi oferecido um almoço na sede nacional do PT.

Na abertura do seminário, José Eduardo Dutra saudou os presentes em nome da direção nacional do PT e afirmou que o evento vai de encontro ao processo de aproximação promovido pelos dois partidos e pelos governos do Brasil e da China. "Este seminário contribui para a interação e o conhecimento mútuo das experiências políticas desenvolvidas, além de fortalecer as relações entre os dois países", afirmou.

Também estiveram presentes neste primeiro dia do seminário, além de militantes e dirigentes petistas, representantes de outras forças partidárias. Roberto Amaral e Yara Gouveia, dirigentes do Partido Socialista Brasileiro (PSB); Ronaldo Carmona e Ricardo Abreu, da direção do Partico Comunista do Brasil (PCdoB) marcaram presença.

As exposições de abertura do seminário giraram em torno das propostas do Brasil e da China para uma nova ordem mundial, com a participação do ex-secretário de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo e da CUT, Kjeld Jakobsen e de Wang Shiming.

Jokobsen fez um resgate histórico da política de relações exteriores praticada pelos governos brasileiros desde o final da Segunda Guerra Mundial até os dias de hoje. Ele destacou a política desenvolvida nos sete anos do Governo Lula como um importante fator de mudança, tanto no relacionamento com os países vizinhos da América Latina quanto na grande inserção atual do Brasil no cenário mundial.

Para ele, as propostas brasileiras devem se nortear na continuidade do que foi feito até agora, mas com um leitura sobre o mundo em que vivemos e que acompanhe a transformação do desenho político, trabalhando para fortalecer o sistema multilateral. “Para combater as assimetrias é necessária uma política de cooperação internacional mais generosa e dinâmica do que o atual". A regulação do sistema financeiro foi citada como fundamental para se atingir esse objetivo. Jakobsen sugeriu como um dos mecanismos para a regulação a taxação internacional sobre movimentações financeiras e o controle rigoroso do setor, se possível através da sua estatização.

Wang Shiming reafirmou a disposição da China de atuar no cenário internacional para garantir a harmonia, que sempre fez parte da tradição chinesa, em um novo mundo de transformações e de reestruturações constantes. Ele frisou que numa época em que a multipolarização e a globalização se tornam cada vez mais fortes, as crises financeiras continuam comprometendo o desenvolvimento humano. “Os países devem estar unidos para adotar medidas eficazes para combater essas crises e buscar a paz duradoura”, enfatizou.

Wang deixou também clara a posição da China de contribuir nos processos pela busca de soluções pacíficas para os grandes conflitos mundiais e no respeito às diversidades culturais de outros países. Na área econômica, ele reafirmou a posição chinesa de reforçar a cooperação internacional para superar o desequilíbrio e a distribuição injusta das riquezas no mundo.

“No contexto da globalização econômica, só a cooperação de benefício mútuo possibilita o desenvolvimento. Para resolver a questão do desenvolvimento desequilibrado e impulsionar o estabelecimento da ordem econômica internacional justa e razoável, é necessário promover a ascensão dos países em desenvolvimento”, destacou ele em sua exposição.

Após as exposições foi realizado um debate com a participação do público presente ao auditório da sede nacional do PT, em Brasília (SCS Quadra 2 Edifício Toufic).

O seminário Brasil-China, que conta com o apoio da Fundação Perseu Abramo, prossegue nesta sexta-feira (5), com a seguinte programação:

09h – A visão do Brasil sobre a África (Beluce Belucci, da equipe da SRI do PT)
09h30 – A visão da China sobre a África (expositor a definir)
10h – Debate sobre a África
12h30 – Almoço na sede do PT, com delegação chinesa, dirigentes do PT e expositores brasileiros
15h – A visão do Brasil sobre a Ásia (Wladimir Pomar, da equipe da SRI do PT)
15h30 – A visão da China sobre a América Latina (expositor a definir)
16h – Debate sobre a Ásia e a América Latina
18h30 – Encerramento do seminário