Deputado Emiliano José lembra os 40 anos do assassinato de Marighella
O deputado federal Emiliano José (PT-BA) lembrou em pronunciamento no plenário os 40 anos do assassinato do Comandante Carlos Marighella. Considerado o inimigo número um da ditadura militar, Marighella foi líder da Aliança Libertadora Nacional, passou por prisões e torturas, e viveu na clandestinidade quase toda sua vida de militante.
O petista leu em plenário um manifesto em memória de Carlos Marighella.
O texto, informou, foi assinado por dezenas de brasileiros, muitos intelectuais, trabalhadores, lideranças sindicais, representantes de associações, sindicatos e organizações da sociedade civil. Foi encabeçado por Antonio Candido.
“Decorridos quarenta anos, deixamos para trás o período do medo e do terror. A Constituição Cidadã de 1988 garantiu a plenitude do sistema representativo, concluindo uma longa luta de resistência ao regime ditatorial. Nesta caminhada histórica, os mais diferentes credos, partidos, movimentos e instituições somaram forças”, disse o deputado.
Ele afirmou que o Brasil rompeu o Século XXI assumindo novos desafios. “Prepara-se para realizar sua vocação histórica para a soberania, para a liberdade e para a superação das inúmeras iniquidades ainda existentes”. Completou Emiliano que o nome de Carlos Marighella está inscrito na “honrosa galeria de libertadores”. E, ainda, a passagem dos 40 anos do seu assassinato coincide com um momento inteiramente novo da vida nacional. “A secular submissão está sendo substituída pelos sentimentos revolucionários de esperança, confiança no futuro”.
Segundo o deputado, o Brasil não admite retrocessos.”Nem ao passado recente do neoliberalismo e do alinhamento com a política externa norteamericana, nem aos sombrios tempos da ditadura, que a duras penas conseguimos superar”.
O manifesto lido por Emiliano José reivindica a apuração da violação dos direitos humanos na ditadura militar. “Junto à homenagem prestada a Carlos Marighella soma-se a nossa reivindicação de que sejam apuradas, com rigor, todas as violações dos Direitos Humanos ocorridas nos vinte e um anos de ditadura. Já não é mais possível interditar o debate retardando o necessário ajuste dos brasileiros com a sua história. Exigimos a abertura de todos os arquivos e a divulgação pública de todas as informações sobre os crimes, bem como sobre a identidade dos torturadores e assassinos, seus mandantes e seus financiadores”.
Carlos Marighella tombou na noite de 4 de novembro de 1969, em São Paulo, numa emboscada chefiada pelo mais notório torturador do regime militar. Revolucionário destemido, morreu lutando pela democracia, pela soberania nacional e pela justiça social.
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