No dia 8/8/, sábado, o Núcleo de Preservação da Memória Política do Fórum dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos de São Paulo e pelo Memorial da Resistência de São Paulo promovem o debate 40 Anos da criação da Operação Bandeirante – Repressão clandestina transformada em rotina e inauguram a exposição A luta pela Anistia – 1964 – ?, para debater sobre a organização que atuou durante o regime militar. Considerado um dos órgãos de repressão mais violentos da Ditadura Militar no Brasil, a Operação Bandeirante (OBAN), foi criada pelo II Exército em São Paulo, no mês de julho de 1969. Foi um centro integrador das forças que reprimiram os que resistiam ao regime ilegal e ilegítimo dos militares que deram o Golpe em 1964, instalado na Rua Tutóia, onde atualmente funciona o 36° Distrito Policial da cidade.

Conheça a programação divulgada pelos organizadores:

11h00 – abertura da exposição A luta pela Anistia – 1964 – ?, sob curadoria de Alipio Freire

14h00 – no Auditório – debate 40 Anos da criação da Operação Bandeirante – Repressão clandestina transformada em rotina

Apresentação/Coordenação:
Marcelo Mattos Araújo – Memorial da Resistência de São Paulo
Ivan Seixas – Jornalista, ex-preso político – Diretor do Núcleo de Preservação da Memória Política e do Fórum de Ex-Presos e Perseguidos Políticos de São Paulo

Palestras
Moderador: Maurice Politi – Presidente do Núcleo de Preservação da Memória Política e Diretor do Fórum dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos do Estado de São Paulo. Ex-preso político.

Debatedores
. Dr. José Henrique Rodrigues Torres – juiz de Direito da Vara do Júri de Campinas e professor de Direito Penal da PUC-Campinas; secretário-Executivo da AJD (Associação dos Juízes para a Democracia).
. Profa. Dra. Mariana Joffily – mestre em História pela Sorbonne (Paris IV), doutora em História Social pela USP e pós-doutoranda em História pela UFSC. Autora da Tese "No centro da engrenagem: os interrogatórios da Operação Bandeirante e do DOI-CODI de São Paulo (1969-1975)"
Dr. Marlon Weichert – procurador regional da República, Mestre em Direito Constitucional (PUC) e Professor de Direito Constitucional, Tributário e Sanitário. Autor, conjuntamente com a Dra. Eugenia Favero, da Ação Civil Pública que pede a responsabilização civil dos comandantes do DOI-CODI por tortura e mortes ocorridas durante o regime militar.

15h45 –16h40: debate

16h45 –17h30: visita ao Memorial da Resistência de São Paulo

Sobre a OBAN

Inicialmente, foi um centro clandestino de detenção e tortura que reuniu integrantes das três forças armadas, assim como um pequeno contingente “selecionado” de soldados da Força Pública e da Policia Civil do Estado de São Paulo. A partir de meados de 1970, a Operação Bandeirante tornou-se uma estrutura oficial das forças do Exército, passando a ter o nome de DOI-CODI (Destacamento de Operações e Informações ligado ao Centro de Operações de Defesa Interna). Na década de 80, os DOI foram renomeados SOP – Setor de Operações.

Calcula-se que passaram pela OBAN mais de 10.000 prisioneiros. Os seus comandantes, hoje processados pelo Ministério Público Federal, foram os responsáveis por inúmeras mortes de combatentes sob torturas e execuções nas dependências deste organismo ou em vias públicas.

Serviço:
08 de agosto de 2009, das 14h às 17h30
Memorial da Resistência de São Paulo – Largo General Osório, 66 – Luz (São Paulo)