Entusiasmo e reflexão. As duas palavras podem definir o clima das mais de 1.500 pessoas que lotaram, na sexta-feira à noite, dia 17, o salão de eventos do Dayrell Hotel, em Belo Horizonte. Elas participaram da primeira palestra do ciclo de debates sobre a crise econômica internacional, promovido pela Fundação Perseu Abramo e a Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores.

Entre os debatedores da noite, a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, foi recebida com aplausos e cantos de ordem. Militantes petistas, de todas as regiões de Minas Gerais, foram elogiados pela ministra. Segundo ela, estar presente no debate era prova de compromisso com o Brasil. “Eu gostaria de direcionar um cumprimento especial à militância. O que nos distingue dos outros partidos é a militância”, enfatizou.

Com a mesa formada, o debate girou em torno do tema O Brasil e a crise mundial. A ministra Dilma Rousseff ressaltou a importância de entender a origem da crise para aprofundar os projetos do governo federal. “Estamos em um momento de reflexão, sobre o governo nessa conjuntura e o enfretamento da crise. É preciso que tenhamos clareza para enfrentá-la e, com isso, aprofundar o nosso projeto de construção de um país mais igual, humano e plural”, disse.


Fotografia: Branco Di Fátima

Dilma Rousseff ressaltou que a crise é uma grande oportunidade de crescimento. Para ela, projetos como o Bolsa Família, ProUni, Minha Casa, Minha Vida e o investimento em pesquisa, na Petrobras, estão ajudando o país. “O Brasil está em melhores condições para enfrentar a crise. Fomos os últimos a entrar na crise e podemos ser um dos primeiros a sair dela.”

O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, ressaltou que analisar as “dimensões econômicas, sociais e éticas é fundamental” para compreender a origem da crise. Ele, ainda, cobrou ações mais pontuais do governo de Minas. “Eu estou sentindo falta de um debate sobre a crise e o estado. Sobre as medidas do governo estadual para ajudar o Brasil a sair na frente”, enfatizou.

O secretario geral da Presidência da República, Luiz Dulci, fez críticas severas ao capitalismo e o modelo neoliberal adotado pelo mercado mundial. Ele não poupou elogios à ministra chefe da Casa Civil. “Agente aprende a admirar não apenas no ponto de vista técnico, não apenas do ponto de vista político, mas por suas qualidades humanas. Pela capacidade de entender as coisas além dos números”, disse.

Apesar do otimismo, o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, foi cauteloso em sua analisar. Para ele, estamos “vivenciando uma mudança profunda” nos cenários político e econômico. “Nós não devemos subestimar essa crise. O capitalismo não vai morrer por causa dela. Porem, nós vamos sentir um fortíssimo rearranjo geopolítico no mundo inteiro”, explicou.

Publicado originalmente no Portal PT-MG, em 20/04/2009