Belém – Em apresentação no Fórum Social Mundial ocorrida em 29/1, a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, disse não ser candidata à Presidência da República, embora o Brasil esteja preparado para ter uma mulher no comando do país.

Dilma esteve presente no evento “A participação da mulher na política”, promovido pela Fundação Perseu Abramo. Além da ministra, o debate contou com a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, a senadora Fátima Cleide, e Laisy Morière, secretária Nacional de Mulheres do PT.

“O Brasil está preparado para ter uma mulher presidente, um presidente negro, um presidente índio. O Brasil é uma sociedade democrática. Sinto nessa manifestação aqui no Pará um calor humano, uma força muito grande. É comovente estar aqui. É uma coisa que toca o coração”, afirmou Roussef.

A ministra aproveitou o evento para falar sobre a políticas de crescimento e a crise global. Dilma defendeu que o PAC é um plano de integração e distribuição da riqueza. “Muitos querem que o PAC seja apenas uma lista de obras. E não é. Ele é um projeto político de distribuição de riqueza, entre as pessoas e as regiões.”

Ao comentar a crise financeira internacional, Roussef disse que o Brasil será afetado, mas sem grandes impactos. “Hoje o governo tem instrumentos para combater a crise. Antes de 2002, o primeiro a quebrar era o governo que ia ao FMI [Fundo Monetário Internacional] e tinha que cortar gastos com a área social. Hoje, o governo não quebrou. O Brasil não quebrou.”

Dilma lembrou o início de sua militância política, que coincidiu com o golpe militar de 1964, disse que o PT e os movimentos sociais são parte de um rio que confluiu para a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A ministra afirmou que a “grande contribuição que o governo introduziu na história recente do país” foi perceber que não há crescimento econômico sem inclusão. “Colocamos o desenvolvimento da ordem dia”, afirmou, ao defender o Bolsa Família.


A platéia escuta as palestrantes. Na foto anterior, Dilma Roussef em sua fala.
(Foto: Miguel Chikaoka)

Sobre a relação com a América Latina, Dilma disse que até 2002 o Brasil “ficou de costas” para o continente e que o atual governo passou a considerar essa política de forma focada, para estreitar relações com os países vizinhos.

A ministra também defendeu a Amazônia como um “elemento estratégico para a constituição do Brasil como nação” e citou as metas para redução do desmatamento e o grupo de trabalho formado para discutir a regularização fundiária da região como ações do governo federal para a região.

Sobre a eleição presidencial de 2010, para a qual é cotada como provável candidata à sucessão, a ministra disse que não houve ainda conversa oficial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o assunto.

(Com informações da Agência Brasil, atualizado em 30/01, às 10:50h)


Para informações sobre a programação da FPA no FSM 2009, clique aqui.