Dados do livro “O negócio do michê: prostituição viril em São Paulo”

  Dados técnicos
Editora: Fundação Perseu Abramo
ISBN: 978-85-7643-057-5
Páginas: 272
Lingua: Português
Peso: 340 gramas


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Autor:
PERLONGHER, Nestor

Sinopse:
Desde sua primeira edição, em 1987, O negócio do michê se tornou uma leitura de referência para aquelas e aqueles que se interessam pelas discussões sobre o desejo, as urbanidades, as sexualidades, as corporalidades e o mercado do sexo. Néstor Perlongher leva as/os leitoras/res aos bares, saunas e ruas de uma São Paulo noturna e apaixonadamente transgressiva, onde rapazes comercializam sexo, amam, brigam, negociam códigos e, por vezes, desejam o indesejável. Construído a partir de uma intensa etnografia e de uma densa análise teórica, O negócio do michê tem hoje a marca dos clássicos e, como tal, guarda uma contemporaneidade surpreendente.

Apresentação:
“Em primeiro lugar, quero frisar que este livro não é apenas mais um estudo frio das margens perversas de São Paulo. Na melhor tradição da antropologia social, o texto exsude a simpatia que o autor tem para com seu ‘objeto de estudo’. Não no sentido de uma apologia formal de advogado, mas de uma séria tentativa de ‘traduzir’ a experiência dessas margens para que o leitor possa entendê-las na sua integridade (em todos os sentidos da palavra).” (Peter Fry)

Peter Fry, ao prefaciar a primeira edição de O negócio do michê – A prostituição viril em São Paulo, traduziu o sentimento futuro de leitores e leitoras que iriam encontrar na dissertação de mestrado de Néstor Perlongher uma rica fonte de reflexões teóricas e um instigante “guia” etnográfico.

Em meados da década de 1980, Perlongher se pôs à deriva numa São Paulo noturna e sexual, cartografando os corpos e os códigos de toda uma territorialidade desprezada pelos cientistas de “respeito”. Alguns se escandalizaram com o título da dissertação que abordava michês, prostituição e virilidade. Os vanguardismos costumam ter a marca da incompreensão e não foi diferente com O negócio do michê.

Perlongher se autodefinia um “pensador callejero” (das ruas), assim, a claustrofobia das normas canônicas não cabiam em sua escrita barroca nem em seu voluptuoso arsenal teórico que vai de Marx à Escola de Chicago e chega a Foucault, Deleuze e Guattari. Sem o saber, desenvolvia reflexões em sintonia com as que – nos Estados Unidos – originariam a teoria queer. Por tudo isso, o estudo de Perlongher mantém-se atual e fascinante.