O livro-relatório Direito à Memória e à Verdade editado pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, ligada à Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, recupera a história de 475 militantes políticos, que foram vítimas da ditadura militar no Brasil durante o período de 1961 a 1988. Esse trabalho foi realizado em 11 anos de existência da Comissão, que analisou 475 casos nesse período.

Lançado no dia 29 de agosto pelo presidente Lula, o livro atualiza as versões oficiais para o desaparecimento dos militantes políticos, a partir do trabalho de pesquisa realizado pela Comissão. Foram impressos 5000 exemplares que já estão sendo distribuídos a comissões de familiares, centros de pesquisa, imprensa, parlamentares e bibliotecas públicas. Uma versão eletrônica da publicação também está disponível na página da Secretaria Especial de Direitos Humanos na internet (www.sedh.gov.br).

Para a Agência Brasil, o ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannnuchi, organizador da publicação, declarou que “a obra não tem o objetivo de promover ‘revanchismo’, mas sim o de buscar a reconciliação na sociedade brasileira. ‘Ninguém pode e ninguém será movido por sentimentos de revanchismo. Mas o silêncio e a omissão também não permitem a idéia de reconciliação, que só pode nascer do profundo conhecimento daquilo que ocorreu, sobretudo o direito inalienável de 140 famílias de sepultar os seus mortos’”. Paulo Vannucchi se referia às pessoas desaparecidas que ainda não tiveram seus restos mortais encontrados.