O início do processo de discussões para o 3º Congresso Nacional do PT se deu em Salvador (BA), em 10 de fevereiro. De lá para cá, a Fundação Perseu Abramo (FPA) tem procurado contribuir para que o Congresso possa ser um momento de síntese e de atualização de uma leitura em torno dos temas que orientam as pautas que definiram a necessidade da realização desta importante atividade partidária.

A contribuição da FPA teve início com o número 68 (novembro/dezembro 2006) da revista Teoria e Debate entrevistando dirigentes partidários e antecipando as questões polêmicas e prioritárias a serem debatidas no Congresso. A partir dessa iniciativa vem sendo publicada a Tribuna de Debate, de responsabilidade do Diretório Nacional do PT e da FPA, com versão impressa e eletrônica. A Tribuna de Debate é um espaço em que os petistas podem publicar artigos sobre temas que integram a pauta do Congresso.

Seguindo as orientações da Comissão Organizadora do 3º Congresso, e em conjunto com a Secretaria Nacional de Formação Política, foram produzidos um DVD com três filmes, cada um deles dedicado a um tema do Congresso: Brasil que queremos, O socialismo petista e Concepção e funcionamento do PT. Cada filme faz uma síntese histórica daquilo que o PT já elaborou sobre cada um dos temas. O DVD foi enviado a todos os diretórios municipais e estaduais do PT.

Ciclo de Debates O Brasil que queremos – Contribuição da Fundação para a reflexão e a formação política dos militantes do PT

Organizados pela FPA e o Diretório Nacional do PT, a primeira rodada de debates aconteceu em 14 de abril, em Rio Branco (AC), e em 28 de abril, em Salvador (BA), Fortaleza (CE) e Recife (PE). Os responsáveis locais pela realização dos debates relatam o envolvimento e participação da militância, além da importância para a democracia partidária.

O primeiro debate aconteceu em Rio Branco e aglutinou petistas de outras cidades e os setoriais de mulheres, juventude, movimentos sociais, saúde, meio ambiente e sindical. Eram mais de 250 pessoas. Segundo a secretária de organização estadual, Socorro Bezerra de Lima, também estão acontecendo debates em outros municípios, além da capital. Os próximos estão previstos para Brasiléia, Epitaciolândia, Senador Guiomar, Sacuri e Porto Acre.

Na capital pernambucana, contou Jorge Perez, secretário geral do PT estadual, pelo menos 400 pessoas estiveram presentes. Foram apresentadas avaliações do governo Lula e da política de alianças. Segundo Perez, os temas O Brasil que queremos e Socialismo petista produziram debates bastante polêmicos, mas apesar do grande número de presentes e do tempo escasso para todos se manifestarem, foi possível ter uma visão “panorâmica das posições”. A reforma política também esteve na pauta, com muita convergência entre os debatedores, apesar das divergências no item listas partidárias. Estão previstos mais três debates no estado: um na região metropolitana e outros dois no interior.

No dia 5 de maio foram realizados debates em Belém (PA), Rio de Janeiro (RJ), Aracaju (SE), Porto Alegre (RS) e Teresina (PI).

Na capital gaúcha, as atividades duraram um dia inteiro para que os militantes pudessem conhecer e debater as teses do Congresso. Para o presidente do PT/RS, Olívio Dutra, que coordenou o encontro, as etapas e debates preparatórios ao Congresso são fundamentais. “O debate é importante ao acúmulo coletivo e à construção de consensos sobre os diversos pontos que nos unificam”, lembrou. Os debatedores foram unânimes em afirmar a necessidade de o partido voltar a ser o protagonista dos movimentos sociais e reafirmaram o socialismo como bandeira de sustentação de uma sociedade mais justa, democrática” já que o capitalismo está esgotado como alternativa e modelo de desenvolvimento” reafirmam os petistas.

Em Belém (PA), cerca de 350 militantes compareceram aos debates da manhã e da tarde. Na avaliação de Marcos A. Oliveira, um dos coordenadores do debate, o tema socialismo pautou mais as discussões do que a conjuntura, funcionamento do partido ou os rumos para o país. Foram apresentadas críticas por alguns debatedores ao PAC e à crise de 2005. Segundo Marcos o debate serviu para aglutinar e mobilizar os petistas.

No Rio de Janeiro, tanto Glória Ribeiro como Alberes Lima, ambos da direção estadual, avaliam que faltou divulgação e que o debate poderia ter envolvido mais militantes. Segundo Glória, estiverem presentes cerca de 100 pessoas. A comissão local de preparação ao Congresso está funcionando e novos debates serão marcados, tanto na capital como no interior.

O debate em Aracaju (SE) foi avaliado positivamente e aglutinou cerca de 130 militantes, da capital e de outras cidades. As polêmicas que surgiram estiveram relacionadas com o governo Lula e política de alianças. Uziel Rios, secretário estadual de organização, avalia que o evento atendeu às expectativas e que foram muito proveitosas as intervenções do plenário.

Os eventos, segundo muitos dirigentes, como é o caso do gaúcho Adriano de Oliveira, ampliam “a capilaridade partidária e as possibilidades de ouvir a todos”, servem para difundir e democratizar a preparação do Congresso e também a auxiliam na formação política da base petista.

O ciclo de discussões sobre O Brasil que queremos, preparatórios ao 3º Congresso do PT, foi encerrado com os debates realizados no dia 19 de maio, em Brasília, Distrito Federal e no dia 26 de maio, no Sindicato dos Químicos, na cidade de São Paulo.

A maioria dos estados preparou relatórios de avaliação ou publicou matérias em suas páginas eletrônicas, com fotos e resumos das principais discussões.

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