Cézar Manoel de Medeiros
Recentes indicadores indicam um ingresso do Brasil em novo ciclo virtuoso de desenvolvimento: crescimento econômico duradouro acompanhado da inclusão social no mercado de consumo e da redução de desigualdades sociais e regionais.
A partir de 2006 observa-se elevação do PIB abaixo de suas reais potencialidades mas acima da inflação; elevação do nível de emprego, da produtividade e da renda disponível garantindo aumento do nível de consumo; evolução das exportações, entrada de investimentos estrangeiros e de recursos financeiros vem possibilitando superávits do Balanço de Pagamento capazes de financiar aumentos de importações, de remessas de lucros e de viagens internacionais.
De outra parte: o fortalecimento e o aperfeiçoamento de programas de inclusão social (Bolsa-Família, Segurança Alimentar, Pró-Jóvem, Luz para Todos, etc.) e de prioridades que elevam o poder aquisitivo dos segmentos sociais de menor renda (Habitação popular, Transportes Coletivos, Saúde Publica, Saneamento Básico e o PDE – Plano de Desenvolvimento da Educação) garantirão a continuidade do fortalecimento do mercado interno; enquanto o sucesso da implementação do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento –, da PITCE – Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior –, do programa de estímulos a projetos de biocombustíveis, a recuperação dos agronegócios, os incentivos ao uso de tecnologias de informação, o apoio à P, D & I de empresas, resultarão, na solução dos problemas de infra-estrutura de energia e de logística, na modernização e expansão da capacidade produtiva, na estruturação da sociedade de massas e na maior competitividade das empresas brasileiras.
Ademais, a manutenção do rigor fiscal e da redução da divida pública em relação ao PIB, acompanhadas de desonerações de impostos sobre investimentos e sobre empregos, das reformas, sob ótica estrutural e não apenas financeira, dos sistemas tributário, previdenciário e trabalhista; uma postura mais flexível do Banco Central com relação a aceleração de diminuições das taxas reais de juros para atingir 3,5% a 4% até o final de 2008, o que possibilitará, o equilíbrio da taxa de cambio em um patamar próximo de US$ 1,00 para R$ 2,20 a R$ 2,30; criarão, sem dúvida, um clima altamente favorável aos investimentos.
Em suma: as perspectivas de longo prazo favorece decisões de investir com previsão de rentabilidade superior aos custos de oportunidade do capital financeiro, o que induzirá não apenas os fundos de pensão e os investidores institucionais, mas também as empresas nacionais e estrangeiras, a expandir e modernizar a estrutura produtiva. Por outro lado, a agregação de valor na distribuição e na comercialização de produtos e serviços através do aproveitamento de sinergias, complementariedades e externalidades, induzirá gastos com logística e infra-estrutura.
É necessário, todavia, estruturar um sistema de coordenação governamental capaz de envolver, efetivamente, o Banco Central, os bancos oficiais (BNDES, Banco do Brasil, CEF, etc.), o IRB, a SPC, entre outros órgãos, na implementação das prioridades. Algumas inovações institucionais serão, também, imprescindíveis para execução do PAC, da PITCE, etc., tais como a criação do PROBR, a dinamização de fundos de investimentos para infra-estrutura e para adensamento/enobrecimento tecnológico de cadeias produtivas, etc., (Ver anexo TD datas: 13/04, 05/04, 25/02, 16/02, 09/02).
*Artigo enviado em 25 de maio de 2007