Os resultados da pesquisa Idosos no Brasil – Vivências, Desafios e Expectativas na 3ª Idade realizada pelo Núcleo de Opinião Pública da Fundação Perseu Abramo em parceria com o SESC Nacional e SESC São Paulo foi lançada dia 7 de maio, em São Paulo, com a presença de especialistas na área de gerontologia e da imprensa. A apresentação da pesquisa foi feita por Gustavo Venturi, coordenador da pesquisa e os comentários ficaram a cargo da professora da Unicamp Anita Liberalesso Néri.

O diretor regional do SESC São Paulo, Danilo Santos de Miranda enfatizou que é a primeira vez que se realiza uma pesquisa tão abrangente, ouvindo a população idosa e a não idosa sobre a velhice. O objetivo principal era o de “dar voz aos brasileiros da 3ª idade”. Ele destacou o alto índice de analfabetismo e o desconhecimento do Estatuto do Idoso como fatores preocupantes. Para ele, a emergência do Brasil para o Primeiro Mundo passa pela dignificação de seus idosos.

O trabalho do SESC com a população idosa há mais de 40 anos foi ressaltado pelo gerente de Estudos e Pesquisas da Divisão de Planejamento e Desenvolvimento do Departamento Nacional do SESC Sebastião Henriques Chaves. Para ele, os resultados da pesquisa indicam o acerto da política da instituição para este segmento.

“Vivemos, como disse Chico Buarque, no país da delicadeza perdida”, lembrou Hamilton Pereira, presidente da Fundação Perseu Abramo, ao falar sobre a importância da pesquisa e enfatizando a importância do resgate de valores como a solidariedade. Para ele, a Fundação recolheu e sistematizou as informações para oferecê-las à sociedade. “É preciso atrair o olhar da sociedade, não só do Estado sobre a questão dos idosos”, disse ele, e citou o conceito cunhado por Celso Furtado de que o desenvolvimento de um país não é medido somente pelo seu PIB, mas pela qualidade de vida de seu povo.

O desconhecimento do Estatuto do Idoso e o crescimento acelerado no número de idosos no país foram os dados destacados por Arnaldo Faria de Sá, vice-presidente da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados. como alguns dos mais preocupantes e que demandam ação da sociedade.

A professora Anita Leberalesso Néri chamou a atenção para tendências mundiais que se confirmaram na pesquisa dos idosos brasileiros e representam desafios para a sociedade como o aumento da expectativa de vida, o aumento do número de idosos (cada vez mais idosos), a feminização da velhice, a centralidade da doença e da dependência física como características que identificam a velhice, entre outros. Para ela, os resultados da pesquisa apontam para a necessidade de adoção de medidas para melhorar a qualidade de vida dos idosos como o apoio financeiro às famílias, a garantia de acesso aos serviços de saúde, a universalização do atendimento aos idosos por meio do programa de saúde da família, entre outros.

Anita Liberalesso enfatizou que é preciso pensar hoje nos futuros idosos e apontou ações de longo prazo a serem adotadas de imediato: a melhoria da qualidade da educação fundamental, o aumento da escolaridade geral, o investimento em programas materno-infantis, incentivo a programas de educação em saúde, a geração de alternativas de trabalho, que gerem renda etc. Em qualquer sociedade são os jovens que garantem a boa qualidade de vida dos idosos, enfatizou Liberalesso e por isso é premente dar a atenção devida aos jovens de hoje, para prepará-los para a velhice.


A íntegra da pesquisa está disponível no portal da FPA >>

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