Antonio Carlos de Rezende PT-DF/CNF
”O comunismo não é uma utopia. Utopia é querer consertar o capitalismo, achar que ele pode ser melhorado.” – Oscar Niemeyer
A existência do Partido dos Trabalhadores, e seu crescente trabalho de integração teórica e prática com a verdade democrática e popular, tem consolidado de modo profundo e rico a luta dos trabalhadores brasileiros. Durante anos trabalhadores combateram e deram a vida, preenchendo incessantemente cada lacuna deixada pelos que tombavam, em busca de uma verdade que salvasse o país e o povo, o que é digno do nosso pranto e nosso canto. O PT desde sua origem integrou a prática concreta desta verdade, ganhou uma feição inteiramente nova, considerando como a melhor de todas as armas a organização desta luta.
Não obstante, temos ainda insuficiências e enquanto não superá-las não poderemos fazer novos progressos nessa tarefa de integração. É certo que obtivemos algum êxito para o estado da situação atual, interna e internacional, mas, para um grande partido político, o material que recolhemos nos diversos domínios — político, econômico e social — continua fragmentário e nossa luta ainda se realiza de modo não sistemático. Muitos companheiros do PT têm ainda um estilo de trabalho desordenado, diametralmente oposto ao espírito organizativo, comportam-se de maneira individualista, personalista e voluntariosa, não trabalham cuidadosamente, entregam-se a um palavreado pretensioso e contentam-se com conhecimentos fragmentários e mal assimilados. Muitos ainda são incapazes de adotar uma posição, um ponto de vista e um método no estudo concreto da situação atual.
A negligência no estudo da situação atual, no estudo da História e na aplicação prática para nossa autodeterminação constitui um péssimo estilo de trabalho, cuja generalização tem efeitos perniciosos em muitos dos nossos companheiros. Poucos se ocuparam com a seriedade da história econômica, política e social brasileira. Ignorantes sobre o seu próprio país, alguns sabem unicamente contar histórias antigas do tempo do ensino formal, e mesmo esses conhecimentos são uma lástima, pois foram recolhidos pedaço a pedaço de uma escola submissa e colonial. O princípio da unidade entre teoria e prática é violado. Nas escolas os professores não orientam os alunos para o estudo da lógica da realidade brasileira; os professores de economia não orientam para o estudo das características da nossa economia; os professores de ciências políticas não orientam para o estudo das táticas da mobilidade social; e assim por diante. Daí resulta uma generalização de erros e um grande prejuízo para as pessoas. Criou-se uma mentalidade anormal: em vez de se interessarem pelos problemas brasileiros e atribuírem a importância desejada às diretivas do país que querem, aferram-se de todo o coração a supostos eternos e imutáveis dogmas aprendidos juntos dos mestres de uma visão capitalista globalizada e distorcida. É preciso estudar conscienciosamente as situações, partir da realidade objetiva e não de desejos subjetivos.
Fixar como tarefa de todo o Partido o estudo sistemático e minucioso da realidade circundante. Conhecer a situação tal como é e dominar a política, quer dizer conhecer o mundo e transformá-lo. Consolidar o conhecimento da história brasileira, segundo o princípio da divisão do trabalho e da cooperação e acabar com a falta de organização nesse domínio. A História universal nos favorece pelo fato “novo mundo”, América do Sul.
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