A sede da Organização Regional Americana do Trabalho (ORIT) acaba de mudar-se de Caracas, Venezuela, para o quarto andar do no. 367 da Rua Formosa, no centro de São Paulo.

A sede da Organização Regional Americana do Trabalho (ORIT) acaba de mudar-se de Caracas, Venezuela, para o quarto andar do no. 367 da Rua Formosa, no centro de São Paulo. Damos as boas vindas a seus dirigentes (Vitor Baez Mosqueira, Linda Chavez Thompson, Rafael Freire, Amanda Villatoro e Angel Zerpa Mirabal) e funcionários, desejando-lhes sucesso na luta sindical.

Grandes mobilizações de estudantes e trabalhadores estão ocorrendo na França contra a proposta de reforma da legislação trabalhista do Primeiro Ministro Dominique de Villepin. Uma das principais divergências diz respeito à política de emprego para os jovens. Pela proposta, as empresas que empregarem trabalhadores com até 26 anos de idade receberão um subsídio governamental, porém poderão demiti-los sem aviso prévio, o que estimulará as empresas a lançar mão desta modalidade de contratação em detrimento de empregos estáveis, pois o custo será menor.

As universidades já se encontram em greve e é possível que os trabalhadores também adiram. Já começam a surgir comparações entre as mobilizações de 2006 e as barricadas de 1968. Há tentativas de promover negociações com vistas a mudanças das partes negativas da lei, mas não é certeza que ocorram. De qualquer maneira, o CPE (Contrato de Primeiro Emprego) atrapalhará os planos eleitorais de Villepin e Chirac.

Uma das notícias tristes do mês foi a morte de mais de 50 trabalhadores e dezenas de feridos em estado crítico num incêndio ocorrido numa fábrica de têxteis nos arredores da cidade de Chittagong em Bangladesh. A ampla maioria das vítimas era de mulheres e a tragédia só não foi maior porque o incêndio ocorreu durante a troca de turnos.

Há mais de 4 mil indústrias têxteis neste país, a maioria em péssimas condições de segurança, além de oferecerem condições de trabalho extremamente precárias, tanto em termos de jornada de trabalho, quanto em termos de salários. Bangladesh é um daqueles países onde as empresas, geralmente multinacionais ou ligadas às suas cadeias produtivas, estão isentas do pagamento de impostos e da obrigação de cumprir a legislação trabalhista nas ZPE’s (Zonas Processadoras de Exportação) ou “Zonas Francas”.

As ZPE’s se espalharam sobremaneira à medida que se aprofundava a liberalização do comércio mundial a partir do início dos anos 1990. Na América Latina são conhecidas como “Maquilas” porque geralmente são empresas apenas de montagem de manufaturas, principalmente produtos têxteis, vestuário, calçados e eletrônicos. Estão presentes na maioria dos países da América Central e Caribe, México, África do Norte e do Sul, Sudeste Asiático e Leste Europeu. Os salários dos trabalhadores nestas empresas são menores que US$ 0,50 por hora, equivalente a aproximadamente R$ 1,00.

Não há como não lembrar que foi a mais de cem anos que ocorreu um fato semelhante a este de Bangladesh numa indústria têxtil em New York, e que motivou a celebração do Dia Internacional da Mulher em 8 de março. Sinal que temos ainda que lutar muito para assegurar a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres.

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