Sociedade já tem site e 0800 para denunciar baixaria na TV.

A campanha “Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania”, lançada ontem com um seminário na Câmara, pretende “romper a censura que os meios de comunicação exercem sobre a sociedade”. É assim que o deputado Orlando Fantazzini (PT-SP) esclarece as intenções da proposta, muitas vezes tachada como tentativa de censura à liberdade de expressão.

Presidente da Comissão de Direitos Humanos, que organiza a campanha, Fantazzini diz que a cidadania não pode permanecer refém de uma programação freqüentemente centrada na exploração de preconceitos e da violência.

A partir de agora, a sociedade já dispõe de dois canais para denunciar os abusos veiculados na telinha. Já estão em funcionamento o número 0800-619619 e o site da CDH (www.camara.gov.br/cdh), abertos às queixas dos telespectadores. Um portal na internet está sendo providenciado pelos organizadores da campanha para permitir uma maior interlocução com a sociedade.

Até dia 28, entidades parceiras da comissão indicarão nomes para compor um conselho de acompanhamento da programação televisiva. Um conjunto de observadores em nível estadual auxiliará o conselho, encaminhando gravações de programas e outras informações para apreciação.

Caberá ao conselho procurar emissoras e produtores dos programas para sugerir mudanças. Caso a iniciativa não surta efeito, serão contatadas as empresas patrocinadoras dos programas. A CDH aposta no convencimento, ao mostrar que não interessa a nenhuma empresa a vinculação de seus produtos à baixaria. Porém, se nem mesmo esse argumento vingar, serão organizadas campanhas de boicote ao consumo dos produtos e/ou serviços produzidos pelos financiadores dos programas.

A idéia da campanha foi lançada por Fantazzini em maio, durante a VII Conferência Nacional de Direitos Humanos. A proposta foi recebida com interesse pelas 941 entidades participantes, o que deu fôlego à comissão para organizar debates preparatórios e sistematizar sugestões vindas de todo o país. O deputado afirmou que são inúmeras as reclamações da população acerca das baixarias na TV. A maior concentração de queixas, segundo ele, têm como alvo a programação voltada ao público infantil.


Agência Informes – 14/11/2002