Pesquisa “Perfil da Juventude Brasileira” revela que os jovens estão antenados com a realidade e elegem a violência (55%) e o emprego (52%) como os principais problemas do Brasil.


O Instituto Cidadania divulgou na semana passada os primeiros resultados da pesquisa “Perfil da Juventude Brasileira”, uma parceria entre o Sebrae e o Instituto da Hospitalidade, sob a responsabilidade técnica da Criterium Assessoria em Pesquisa. A pesquisa aprofunda o estudo “Juventude e Cidadania” realizado pela Fundação Perseu Abramo em 1999 sob coordenação de seu Núcleo de Opinião Pública e tem como objetivo conhecer a percepção e as perspectivas dos jovens em relação a temas atuais.

Trata-se da maior e mais completa pesquisa já feita sobre a juventude brasileira, que investigou temas como: trabalho, educação, violência, cultura e lazer, esporte, família, religião e política. Foram ouvidos 3.501 jovens de 15 a 24 anos, entre novembro e dezembro de 2003, em 198 municípios de 25 estados.

Os resultados comprovam que a maioria dos jovens estão preocupados com problemas atuais do Brasil. Dentre os mais citados aparecem a violência com 55% e o emprego com 52%. As drogas e a educação vêem em seguida com 24% e 17%, respectivamente. Esses resultados já apareciam na pesquisa de 1999.

A educação e o trabalho estão ao mesmo tempo nas preocupações e nos assuntos que mais interessam aos jovens. Neste último, a educação (38%) e o emprego (37%) aparecem quase empatados. 77% revelaram que a edução é fundamental para o futuro profissional. Já o trabalho é para 64% uma necessidade e para 55% fundametal para a conquista da independência.

Repercussão da pesquisa

Com relação à idéia de que os jovens são “caretas” e conservadores, como retrataram a revista IstoÉ e o jornal O Globo, Gustavo Venturi, cientista político e coordenador da pesquisa, contesta: “se nos anos 70 tivesse sido feita uma pesquisa quantitativa tão abrangente como essa, provavelmente veríamos que a maioria dos jovens da época era ainda mais conservadora e hoje concluiríamos que houve uma queda dessa estimativa”. Para ele, naquela época os jovens foram vistos como contestadores “por conta de uma minoria que abraçou valores da contracultura, hoje em parte assimilados, que os levava a saírem da casa dos pais mais cedo, a viverem com maior liberdade sexual e a experimentarem todas as drogas, o que não significa que a maioria deles não se comportasse de forma conservadora”.

É preciso levar em consideração o fator social: “o jovem reflete o meio social em que vive. Se os dados refletem que há conservadorismo, via de regra esse conservadorismo provém da sociedade”, completa Venturi.

Veja os resultados
Perfil da Juventude Brasileira

Mais informações sobre juventude:

Fundação Perseu Abramo – NOP
Juventude e Cidadania

Revista Teoria e Debate nº 57
Reportagem “Juventude: uma política em ação”, por Janaína Rocha
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