Página será inaugurada dia 1º de abril e terá depoimentos, fotos, documentos e dois livros na íntegra sobre o período que antecedeu a queda de João Goulart.

Fundação Perseu Abramo lança página eletrônica sobre os 40 anos do golpe de 1964

Com o título de “1964-2004: Golpe Nunca Mais”, a Fundação Perseu Abramo – ligada ao Partido dos Trabalhadores – lança na próxima quinta-feira, 1º de abril, uma página eletrônica especial em seu site (www.fpa.org.br) para marcar os 40 anos do golpe de 1964.
A página trará depoimentos de diversas pessoas que de alguma forma participaram daqueles acontecimentos, como os militantes Elizabeth Teixeira, Apolônio de Carvalho, Herbert de Souza (Betinho), Vladimir Palmeira e Madre Cristina, os juristas Goffredo Telles Júnior e Hélio Bicudo, os professores Paulo Freire e Florestan Fernandes, o então consultor geral da República, Waldir Pires, entre outros.
Um artigo do historiador Jacob Gorender apresenta uma detalhada contextualização do momento político e social que culminou no golpe, permitindo uma visão abrangente das forças que se alinhavam de cada lado da disputa.
A página traz também uma galeria de imagens com fotos dos jornais Última Hora e Em Tempo, os textos dos cinco primeiros atos institucionais – que formam o conjunto de leis do arbítrio que instauraram a ditadura legalmente no país -, bibliografia e filmografia sobre o tema e documentos do período, como o relatório escrito por Perseu Abramo, então professor da Universidade de Brasília, sobre a invasão da UnB por tropas militares e a prisão de diversos professores.
Além disso, estarão disponíveis na integra para download dois livros que retratam e analisam o período imediatamente anterior ao golpe. Trata-se dos livros “Quem dará o golpe no Brasil”, do professor Wanderley Guilherme dos Santos (publicado em 1962) e “Sexta-feira 13: Os últimos dias do Governo João Goulart”, de Abelardo Jurema (publicado em 1964), na época ministro da Justiça de Jango.

Por que 1º de abril?

A data em que a página especial da Fundação Perseu Abramo entrará no ar não é casual, pois visa deixar claro que a derrubada de João Goulart ocorreu no dia 1º de abril, e não em 31 de março, como os golpistas passaram a divulgar. Como lembra a presidente do Conselho Curador da Fundação, Zilah Abramo, “durante muito tempo era possível saber a posição política de uma pessoa no Brasil a partir da forma como ela designava este fato. Se falava em ‘Revolução de 31 de março’, já sabíamos que era alguém que apoiava os militares. Se, ao contrário, se referia ao ‘Golpe de 1º de abril’, era alguém que se opunha ao arbítrio”.
“O golpe militar de 1964, que inaugurou um longo período ditatorial de mais de duas décadas, foi um duro revés para os democratas brasileiros e deixou nossa sociedade exposta às diversas manifestações do poder arbitrário a que governantes ilegítimos se dedicam quando não temem responder por seus atos”, afirma o texto de apresentação da página da Fundação.
O objetivo da Fundação Perseu Abramo com esta página especial é manter viva a memória de como, há quarenta anos, uma vez mais em nossa história a violência intentou suprimir a política em bases democráticas. Ao mesmo tempo, pretendemos honrar a memória daqueles que, a partir da luta e da solidariedade, buscaram resgatar a democracia e lhe deram novo valor e significado.

Página especial “1964-2004: Golpe Nunca Mais”
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