Primeiro estudo analisou o conteúdo editorial de cinco jornais da capital paulista sobre as eleições locais.

O Observatório Brasileiro de Mídia foi lançado no dia 22/09/04, em São Paulo, e já apresentou duas pesquisas sobre a cobertura da imprensa escrita local da eleição municipal de São Paulo. As pesquisas foram coordenada por José Coelho Sobrinho, diretor do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicação e Artes da USP (ECA/USP). O levantamento analisou os editoriais de cinco jornais diários da capital: Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo, Diário de S.Paulo, Jornal da Tarde e Agora. Ainda que se trate de uma avaliação científica, ou seja, sem uma análise conceitual, ela nos oferece dados para verificar como a imprensa acaba dando preferência a um ou a outro candidato.

É o que observa José Genoino, presidente nacional do PT, em entrevista ao Portal do PT: “Tive acesso ao relatório do Observatório de Mídia pela internet. Ele fala por si só. É uma coisa antidemocrática e totalmente desigual o que alguns veículos de comunicação estão fazendo contra a candidata do PT. Chega a ser absurdo. Em uma eleição, é preciso um tratamento igual aos candidatos”.

Um segundo levantamento realizado pelo Observatório confirmam os indicativos. A candidata Marta, que na primeira pesquisa havia obtido 181 citações negativas na somatória dos cinco jornais, na segunda registrou 112 matérias negativas. E, na semana de 9 a 15, a candidata continuou no primeiro lugar do ranking de matérias negativas, com 156 citações desfavoráveis.

O Observatório

Trata-se de uma parceria do Núcleo de Jornalismo Comparado da ECA/USP, do Observatório Social e do Media Watch Global com objetivo de se colocar entre as várias iniciativas de observação crítica do papel da imprensa, sendo mais um espaço para a pesquisa em comunicação no Brasil.

Repercussão na mídia

Como já era de se esperar, a iniciativa foi amplamente ignorada pela grande imprensa. “Infelizmente, a julgar pelo silêncio inquietante manifestado nas edições desta quinta-feira, os resultados do estudo parecem não interessar os veículos em questão. Essa reação indica um velho vício da mídia brasileira: a aversão à auto-análise”, anuncia o editorial na página do Observatório na internet.

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