Fundação Perseu Abramo lamenta morte de Celso Furtado

O economista Celso Furtado é um brasileiro que fará falta. Sua contribuição no campo da economia e das políticas públicas vem norteando a formação de milhares de estudantes e dando suporte a profissionais que lidam com os problemas brasileiros nas mais diversas esferas institucionais. Celso Furtado não limitava as questões nacionais à ótica economicista, mas preservou durante toda a sua vida o sentido humanista ao tratar principalmente das questões que afligem a grande parcela da população desfavorecida do Brasil. Celso Furtado também não limitava seu olhar ao território brasileiro, mas teve sempre em perspectiva o internacionalismo que esteve presente em quase toda a sua produção científica e intelectual. Sua contribuição para o estudo do Brasil e da América Latina é inestimável.

Em 1998, Celso Furtado foi entrevistado por Maria da Conceição Tavares, Manuel Correia de Andrade e Raimundo Pereira, o que resultou no livro Seca e poder, editado pela Editora Fundação Perseu Abramo. Ali Furtado apresentava sua concepção de que a seca que flagela a população nordestina resultava muito mais de problemas sociais do que de fenômenos naturais. Temas como a democratização do acesso à terra e a necessidade de adoção de medidas de prevenção são abordados amplamente pelo economista nessa entrevista, que foi uma entre tantas que ajudaram a muitos brasileiros a entender um pouco mais do seu país.

A vasta experiência, o conhecimento aprofundado e a conduta ética que permeou toda sua vida pública fizeram de Celso Furtado um dos brasileiros mais respeitados no país e no exterior. E sem dúvida, fará muita falta.

A diretoria

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