Ele foi chamado, com muita razão, de filósofo do povo, filósofo popular. Carlito Maia viveu a cor, a alegria. Um homem que conseguiu traduzir em frases lapidares uma grande imaginação e um pensamento filosófico. Ele foi chamado, com muita razão, de filósofo do povo, filósofo popular. Um homem que inventava slogans que, numa frase rápida, dizia muito. Um homem alegre, um homem irreverente, um homem que mandava flores aos seus amigos. A impressão que se tem é que um pássaro abriu as asas e voou. Foi levado pelo vento, e naturalmente deixa aquilo que os homens que valem alguma coisa deixam: a memória e a impressão dos que ficaram, de que ele continua realmente vivo.

* Antonio Candido é Professor de Teoria Literária e Literatura Comparada da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
(pronunciamento na Plenária do PT, em 22 de junho de 2002)

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