Folha de S. Paulo (16/12/1991)
Venho lutando, faz tempo, com o precioso apoio de Otto Lara, para que o ‘Amor’ esteja não só no lema como no coração dos governantes (os que o têm)."O Amor como base, a Ordem como meio e o Progresso como fim", tripé em que se apoiou o filósofo francês Augusto Comte (1798-1857) para sistematizar a filosofia do positivismo, abraçada pelos generais anti-monarquistas, desaguando na República dos Bananas (15/11/1889). Mas na hora do dístico do novo pavilhão nacional, a confa: queriam o tripé de Comte, sim, mas implicaram com o ‘Amor’ (‘parece coisa de viado’, teria dito um), daí só Ordem e Progresso. Se fossem Acordem e Progresso até que eu topava, mas, não, e deu no que deu. Amputaram a perna do ‘Amor’ no tripé, sempre caindo pelas tabelas, claro, tripé com duas pernas não se mantém em pé. Venho lutando, faz tempo, com o precioso apoio de Otto Lara, para que o ‘Amor’ esteja não só no lema como no coração dos governantes (os que o têm). Acho, porém, que uma bandeira sem vermelho não ta com nada: que tal um coração bem vermelhão na parte superior do globo azul do auriverde pendão? Como homem de comunicação, estou certo de que renderia boas manchetes na imprensa mundial. ‘Brasil tem amor na bandeira!’ O Brasil da gente se amando adoidado, a luz no fundo do túnel – uma glória. Então, vocês aí do Congresso? Amor, Ordem e Progresso! Salve o Amor! Viva o Brasil! Ah, só respeito a bandeira quando confio em quem a está empunhando.
Carlito Maia