Seminário Europa e América do Sul: os processos de unificação, foi realizado nos dias 18 e 19/11/04, em São Paulo, promovido pelas fundações Perseu Abramo (Brasil) e Jean-Jaurès (França).

  O tema Os desafios da ampliação do Mercosul e da União Européia foi tratado por Geneviève Dourthe, representante da Fundação Jean-Jaurès, Edgardo Lander, professor da Universidade Central da Venezuela e Tullo Vigevani, professor da Unesp/SP.

Da esq. para dir.:Geneviève Dourthe, representante da Fundação Jean-Jaurès, Ana Maria Stuart, coordenadora da Secretaria Internacional do PT, Edgardo lander, cientista político da Venezuela e Tullo Vigevani, professor da UNESP. Foto: Sílvia Masini

Geneviève lembrou que a entrada de 15 novos países trouxe para a União Européia a necessidade de um novo marco institucional. Entre os atuais desafios a serem vencidos estão o da representação, o da barreira da língua (25 países, a maioria de línguas diferentes), e as questões econômica, institucional, política e democrática. Ela acredita que a experiência da formação da União Européia pode servir de inspiração para a integração do Cone Sul, porém não deve servir de modelo. Segundo Geneviève, dois aspectos são imprescindíveis no processo de integração: a participação da sociedade e o respeito à diversidade.

O cientista político Edgardo Lander disse acreditar que a integração precisa ter em vista a quem ela se destina, qual mundo se quer para se viver e a criação de objetivos políticos comuns entre os países envolvidos. “Um modelo de integração precisa buscar entre outras coisas defender a pluralidade de idéias e estabelecer uma relação diferente no que diz respeito à exploração dos recursos naturais”, defendeu. Lander disse ainda, que até hoje predominou a idéia de integração de mercados, ou seja, de livre circulação financeira e que se há pretensão de alterar essa concepção, é preciso incorporar novas questões ao debate: a independência como bloco, a democracia, a dívida externa, entre outras.

Para o professor Tullo, os países da União Européia não formularam uma política comum e por isso prevalecem as políticas unilaterais. E essa formulação de uma política externa comum é, segundo ele, o desafio colocado para o Brasil e os países da América do Sul.

Ele voltou suas críticas principalmente à questão da representação política. Para ele, Brasil e Argentina ainda não conseguiram convencer a sociedade de que a integração é positiva.

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