Bornhausen ataca a esquerda brasileira. Agora seu alvo é Emir Sader
Em artigo publicado pela Agência Carta Maior, Emir Sader desnuda a figura do político, mostrando a serviço de que interesses havia atuado e ainda atua o banqueiro paranaense.
O sociólogo Emir Sader, professor da USP e da Uerj, está sendo processado pelo senador Jorge Bornhausen por ter escrito o artigo “O ódio de classe da burguesia brasileira”, publicado na Agência Carta Maior no dia 28/8/2005, em resposta às declarações do senador de que “a gente vai se ver livre desta raça por, pelo menos, 30 anos”, referindo-se à sua precipitada interpretação de que o PT e a esquerda estariam fora do cenário político.
No artigo, Emir Sader desnuda a figura do político, mostrando a serviço de que interesses havia atuado e ainda atua o banqueiro paranaense. Emir enfatizava que Bornhausen merecia um processo por discriminação e que no meio em que vive o senador “é usual referir-se ao povo dessa maneira – são ‘negros’, ‘pobres’, ‘sujos”, ‘brutos”. Para Emir, segmentos da sociedade “desprezíveis para essa casa grande da política brasileira que é a direita – pefelista e tucana, – que se lambuza com a crise atual, quer derrotar a esquerda por 30 anos, sob o apodo de ‘essa raça'”.
Emir recebeu um mandato de citação dos advogados do senador para responder o pedido de condenação “pela prática dos delitos de calúnia, difamção e injúria”. Ironicamente, segundo Emir, “diz-se que o senador ‘obrou para a redemocratização nacional’, que se trata ‘de homem público e preocupado com o desenvolvimento nacional e com a melhora da situação vivida pelo povo brasileiro’. No momento, aguarda-se o pronunciamento do juiz sobre o questionamento feito advogado de Emir a respeito das bases processuais da solicitação. Isso antecede o julgamento do conteúdo da ação.
Manifestações de soliedariedade vieram de todas as partes e durante o Fórum Social Mundial, em Caracas, uma declaração de apoio ao sociólogo intitulada Nuestra raza recebeu dezenas de assinaturas de intelectuais e militantes de movimentos sociais como Anibal Quijano, Attílio Borón, Eduardo Galeano, Flávio Aguiar, Gilberto Maringoni, Ignacio Ramonet, João Pedro Stédile, José Luiz Fiori, Laura Tavares, entre outros.