Este artigo apresenta o debate em torno do conceito de informalidade, situando-o no mercado de trabalho brasileiro. Tem-se como objetivo tratar de suas diferentes manifestações e das tendências que costuram a informalidade no atual cenário brasileiro, a fim de melhor entender a realidade laboral da maior parte dos homens e mulheres que vivem nas periferias do país.

Historicamente associada com a pobreza e como exceção do desenvolvimento dos anos 1970, até hoje a definição de informalidade vai se complexificando, sendo compreendida para além de mera oposição ao trabalho formal ou como resíduo do desenvolvimento capitalista. Ao longo dessas décadas, o debate evidenciou que, mais do que não eventual, a informalidade permanece intrínseca ao modo de produção atual, de forma que políticas que visem apenas sua superação, sem conectá-la às tendências e ao papel que desempenha globalmente no mundo do trabalho, talvez possam não dar conta de uma abordagem que melhor entenda o fenômeno e seus meios de superação.

Além do debate conceitual, o artigo conta com uma parte de contextualização da informalidade no país, sua relação com a formação da classe trabalhadora brasileira e, portanto, sua vinculação indissociável com questões de raça e gênero. Em seguida, é feita uma projeção de possíveis cenários, dado o contexto atual da reforma trabalhista e da uberização do trabalho. As considerações finais levam em questão esses trabalhadores e trabalhadoras como sujeitos ativos de suas histórias, ou seja, a informalidade é considerada como um campo de produção de práticas cotidianas, estratégias, as quais em uma escala mais ampla desenham a cartografia do trabalho da realidade brasileira.

Palavras chaves:
Informalidade, emprego, trabalho, trabalhadores, trabalhadoras.