No presente trabalho, procuramos analisar as ocorrências de chacinas para além das cifras, atentando para o contexto histórico e político em que ocorrem, identificando os atores e motivações e, principalmente, as ações políticas deflagradas em reação às sucessivas mortes dos jovens negros e pobres nas periferias brasileiras, caso dos diversos Movimentos de Familiares de Vítimas. Para tanto, partimos da ideia de que as chacinas são uma expressão radical da violência letal como recurso político de controle social, ou seja, os assassinatos múltiplos são comumente utilizados como uma demonstração pública de poder, utilizado tanto por organizações criminosas como por agentes públicos, principalmente em contexto de instabilidade institucional ou de disputa por territórios e mercados. Nesse sentido, por meio do estudo das chacinas pretendemos entrever as tramas de poder que sustentam as milhares de mortes que ocorrem todos os anos no país.

Palavras-chave:
chacina; violência; homicídio; periferia