Extrema direita quis dar Golpe e se ferrou, por Alberto Cantalice
Debate sobre Segurança Pública deve priorizar a sociedade que sofre nas mãos do crime organizado. A quem interessa se posicionar contra projetos de enfrentamento nacional?, escreve Alberto Cantalice, diretor de comunicação da FPA, em artigo

A indicação do deputado e secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite para relatar o PL Antifacção (PL 5582/2025) enviado pelo governo federal, foi um tiro pela culatra da bancada da bala.
Em meio a uma discussão de grande relevância para conter e combater o crescimento das facções criminosas quer assolam o Brasil – e que se tornou central no debate público na sociedade, na imprensa e na política – a relatoria do Projeto de Lei foi vista por extremistas de direita e fisiologistas que ainda povoam a Câmara dos Deputados como uma janela de oportunidade para emparedar o governo Lula e “reativar” a ideia de blindagem.
Ao excluir a Polícia Federal e os Ministérios Públicos Estaduais e Federal do poder de agir diretamente nas investigações e na repressão ao crime organizado – uma primeira configuração- e ao tentar vincular e equiparar facções à terrorismo, em claro prejuízo a soberania nacional e ao mercado, o capitão bolsonarista deu com os “burros n’agua”. As medidas assustaram não só a própria PF e a o Governo, mas também a imprensa e o mercado.
A rejeição por parte das instituições republicanas, da mídia e da opinião pública fizeram com que o intento eleitoreiro de Derrite naufragasse. É o caso clássico de que, quando a esperteza chega a ser tão “grande”, come o dono.
A insegurança pública que acomete a cidadania brasileira é a “bala de prata” do extremismo direitista. Eles que quebraram o país no desgoverno do inelegível e que pela incompetência não conseguem conter o avanço do crime nos estados em que governam, tentam transferir responsabilidades pela via da pirotecnia e da mentira.
O governo Lula, ao apresentar a PEC da Segurança, que antecedeu o PL Antifacção, já tinha demonstrado que sem a institucionalização do Sistema Único de Segurança Pública, o SUSP, ficaria muito difícil uma integração entre os 26 estados e o DF, dividindo e unificando responsabilidades.
Parte dos governadores da oposição, a saber Tarcísio de Freitas, Cláudio Castro e o falastrão Ronaldo Caiado se posicionaram contra. Qual o medo deles? Seria do emponderamento da Polícia Federal? Essa pergunta eles não terão coragem de responder.
Está mais do que evidente para o conjunto da população brasileira que qualquer estado isoladamente não tem condição de romper as cadeias e ramificações que crime organizado adquiriu. Os dutos que irrigam o crime, que financiam a compra de armas e abastecem o tráfico de drogas não estão nas comunidades. Estão no luxo de condomínios Brasil afora.
O que há e precisa ser combatido nas comunidades é a presença ostensiva do narcotráfico e das milícias oprimindo e achacando a população trabalhadora. É claro que reocupação do espaço territorial é uma tarefa de curto, médio e longo prazo. E se resolve com inteligência e organização.
A população brasileira quer paz e tranquilidade para ir e vir. Isso é um direito inalienável.



