Voto infinito de Fux: reação nas redes fala em “vergonha” e “impunidade”
Repercussão expõe críticas e ironias ao ministro do STF, com acusações de leniência a Bolsonaro e isolamento no julgamento. Leia a revista completa

Foto: Agência Brasil
Colaborou Kirska Carvalho
O voto do ministro Luiz Fux no julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) provocou uma onda de reações nas redes sociais.
Críticos apontaram incoerência, leniência e até complacência com o ex-presidente, enquanto apoiadores de Bolsonaro celebraram como se fosse uma vitória. Hashtags como FUX, GOLPISTA, VERGONHA e IMPUNIDADE ficaram entre os assuntos mais comentados.
As reações mostraram um contraste evidente em relação aos votos de Alexandre de Moraes e Flávio Dino, celebrados por firmeza e clareza. Com Fux, a percepção predominante foi de perplexidade e frustração. Nas redes, críticas ironizaram os argumentos e denunciaram contradições.
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Voto marcado por contradições
Perfis destacaram trechos que consideraram ilógicos. Lucas Mourão lembrou: “Fux reconhece que a PRF foi usada para impedir eleitores do Lula de votar, mas conclui que Bolsonaro não teve nada a ver com isso.”
O cientista político Dawisson Belém Lopes foi direto: “Luiz Fux vai entrando para os anais da história como o magistrado que convalidou tentativa de golpe.”
O jornalista Tiago Barbosa lembrou que o ministro condenou bolsonaristas do 8 de janeiro por tentativa de golpe, mas absolveu Bolsonaro. Guilherme Macalossi chamou o voto de “um amontoado de contradições”.
Augusto de Arruda Botelho avaliou que Fux ficará isolado: “O impacto prático é zero.” William De Lucca ironizou: “Se der mais meia hora pra ele, cita Adélio Bispo e Celso Daniel.”












Isolamento político e reação democrática
A absolvição do almirante Almir Garnier foi outro ponto de indignação. Marcelo Uchôa criticou: “Fux conseguiu absolver da trama golpista o almirante que se recusou a transferir o comando da Marinha. Incrível.”
Do lado bolsonarista, Flávio Bolsonaro exaltou: “Nunca existiu organização criminosa, nunca existiu tentativa de golpe. O que existe é perseguição.” Já o deputado Pastor Henrique Vieira resumiu o sentimento democrático: “As provas existem e a democracia exige resposta. Sem anistia para quem atentou contra o país.”
Apesar de não mudar o rumo do julgamento, o voto de Fux deixou marcas de perplexidade e contradição. A decisão sobre Bolsonaro segue nas mãos da Corte, mas também se desenrola nas ruas e nas redes, onde a sociedade civil cobra firmeza contra os que atentaram contra a democracia.