Desenvolvido em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), projeto em Xerém une produção sustentável e capacitação, beneficiando famílias em situação de vulnerabilidade; leia a revista completa

Horta inaugurada por Zeca Pagodinho garantirá até 40 toneladas de alimentos por ano; iniciativa tem parceria com o governo federal
Foto: Reprodução

Instituto Zeca Pagodinho, em parceria com a Embrapa Agrobiologia e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), inaugurou em Xerém, Duque de Caxias (RJ), a unidade de referência tecnológica “Quintal Produtivo”, iniciativa que une inovação, sustentabilidade e inclusão social. 

Para viabilizar a iniciativa, o músico Zeca Pagodinho cedeu um terreno de 8 mil m², com o objetivo de ampliar a produção de alimentos em pequenas áreas, capacitar agricultores urbanos e fortalecer a segurança alimentar no estado. 

A iniciativa faz parte de um acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e integra a Política Nacional de Agricultura Urbana e Periurbana.

“Se a vida me ‘levou’ até aqui, é porque era pra plantar alguma coisa boa”, brincou o cantor, que leva muito a sério o combate à fome. “Enquanto eu estiver aqui, ninguém passa fome”, arrematou em outro comentário. Como tudo que envolve Zeca Pagodinho, o gesto logo viralizou nas redes e acendeu o debate sobre agricultura urbana.

O espaço vai abrigar hortaliças e legumes que serão distribuídos a famílias da região, com apoio de voluntários e moradores. Quando estiver em plena produção, a horta poderá render até 40 toneladas de alimentos por ano.

Mais de 4 mil hortas comunitárias no Brasil
Em julho do ano passado, o ministro do MDA, Paulo Teixeira, visitou o Instituto Zeca Pagodinho, em Xerém, para conhecer o projeto destinado a transformar a realidade do município. Na ocasião, foi firmado o acordo que viabilizou a horta.

Durante a visita, Paulo Teixeira destacou a importância da iniciativa para ampliar o acesso a alimentos saudáveis: “O objetivo é fazer com que esses alimentos cheguem à mesa da população, além de permitir que quem tiver um pouco mais possa vender para escolas, feiras, destinar à cozinha solidária. Alimentar é um verbo que o Brasil está precisando utilizar, e a gente conjuga a partir daqui, com o Instituto Zeca Pagodinho”, afirmou.

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A parceria com o instituto é central para o sucesso do projeto, não só pela cessão do terreno, mas também pela mobilização da comunidade local. Fundado por Zeca Pagodinho, o instituto promove ações sociais e culturais em Xerém e agora amplia seu impacto na área de segurança alimentar e desenvolvimento sustentável.

“É muito bacana poder contribuir com alimento para as famílias. A gente sempre ajudou o povo de Xerém distribuindo cestas básicas para quem a gente sabe que precisa. Esse projeto é legal porque, além de ensinar a plantar, vai colocar comida na mesa de muita gente”, disse Zeca Pagodinho.

Horta inaugurada por Zeca Pagodinho garantirá até 40 toneladas de alimentos por ano; iniciativa tem parceria com o governo federal
O ministro Paulo Teixeira em visita ao Instituto Zeca Pagodinho, em Xerém, em julho de 2024
Foto: Raul Pereira MDS

A ação se soma ao esforço nacional para fortalecer a agricultura urbana. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), já são mais de 4 mil hortas comunitárias apoiadas pelo governo federal, com incentivo à produção agroecológica, capacitação de agricultores e distribuição de sementes.

Ícone da música brasileira, Zeca fundou o instituto com a missão de promover ações sociais e culturais em Xerém, e agora, com este projeto, amplia seu impacto para a área de segurança alimentar e desenvolvimento sustentável.

Comunidade e memória afetiva
Conhecido por seu apego ao bairro e à boa vizinhança, o sambista se emociona ao ver a comunidade prosperar. “Quando chegamos a Xerém, era tudo barro, poucas famílias, e muita gente passando necessidade. Para todo mundo que entra no sítio, eu pergunto: ‘Já almoçou?’ Pobre, rico, polícia, otário, malandro… todo mundo come”, relatou ao jornal O Globo.

Parte da produção será comercializada pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Prefeitura de Duque de Caxias, na. Baixada Fluminense, enquanto outra parte será distribuída gratuitamente para famílias cadastradas. 

Inicialmente, dez núcleos familiares serão beneficiados. Com o tempo, a meta é ampliar o atendimento a escolas públicas, creches e outros moradores em situação de vulnerabilidade.