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A semana foi marcada por um veredito histórico na Colômbia, tensões diplomáticas sobre tarifas comerciais entre os Estados Unidos e a União Europeia, e denúncias de evangelização ilegal na Amazônia brasileira. Os episódios, embora distintos, revelam disputas em torno de soberania, direitos e interesses econômicos em contextos delicados de poder.

Ex-presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, é condenado por suborno e intimidação de testemunhas

A semana no mundo: da condenação de Uribe a acordos polêmicos entre EUA e União Europeia
Wickcommons – PP Comunidad de Madrid

O ex-presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, foi considerado culpado pelos crimes de suborno e intimidação de testemunhas, tornando-se o primeiro ex-chefe de Estado colombiano a ser condenado por um crime. Aos 73 anos, Uribe pode enfrentar até 12 anos de prisão.

A decisão foi tomada após quase seis meses de julgamento, nos quais promotores apresentaram evidências de que Uribe tentou influenciar testemunhas que o acusavam de envolvimento com grupos paramilitares. Segundo a juíza, havia provas suficientes para concluir que Uribe conspirou com um advogado para persuadir três ex-integrantes presos de grupos paramilitares a mudarem seus depoimentos, originalmente prestados ao senador de esquerda Iván Cepeda.

O caso teve início em 2012, quando Uribe processou Cepeda por difamação. Em uma reviravolta, o Supremo Tribunal rejeitou as acusações e, em 2018, abriu investigação contra o ex-presidente.

Uribe não compareceu presencialmente à leitura do veredito, mas participou da audiência por videoconferência, sendo visto balançando a cabeça negativamente enquanto ouvia a sentença. Ele deve recorrer da decisão.

União Europeia firma acordo tarifário com os EUA sob críticas internas

A semana no mundo: da condenação de Uribe a acordos polêmicos entre EUA e União Europeia
Foto: Reprodução Wikimedia Commons/UE

A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, anunciou no domingo, 27, um acordo comercial com os Estados Unidos após encontro com o ex-presidente Donald Trump. Segundo Von der Leyen, o acordo prevê “tarifas zero por zero para diversos produtos estratégicos” e tem como objetivo promover competição justa e reduzir barreiras comerciais.

Leia a nota oficial

Apesar do anúncio, o tratado precisa ainda da aprovação dos países-membros da UE e do Parlamento Europeu, o que pode levar semanas. Internamente, o acordo foi duramente criticado por diferentes líderes regionais e analistas.

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, declarou em vídeo nas redes sociais que o encontro “não pode ser considerado um acordo” e acusou Von der Leyen de ter sido “totalmente engolida” por Trump. Para ele, o novo tratado é menos vantajoso que o firmado entre a UE e o Reino Unido, em maio.

O primeiro-ministro francês, François Bayrou, também se manifestou, classificando o dia como “nefasto” e demonstrando frustração ao ver a União Europeia, criada como aliança de defesa de valores comuns, se submeter a uma posição de subordinação diante dos Estados Unidos.

Especialistas ouvidos pela Deutsche Welle afirmaram que o acordo é superficial e fragiliza setores estratégicos, como o farmacêutico e o agropecuário, ao abrir margem para concorrência desigual.