Enquanto setores da elite econômica projetam o fim do PT, a militância responde com mobilização e protagonismo político. “Qual força política no país mobilizaria, em um único dia, tantos filiados? Nenhuma”, escreve Alberto Cantalice, diretor da FPA

PT demonstra força social e amedronta a Casa Grande, por Alberto Cantalice
Foto: Ricardo Stuckert/Secom-PR


O Partido dos Trabalhadores, ao longo de seus 45 anos de existência, foi dado como derrotado ou “morto” incontáveis vezes. Ficcionistas travestidos de jornalistas ou articulistas já prognosticaram os destinos do partido, às vezes por delirium tremens, caneta patronal ou ilusão de ótica. Não diferente tem sido a conduta de determinados economistas do mercado. Esses se notabilizam pela fuga da realidade, ilusionismo e mentiras. Haja vista os seguidos erros de prognósticos.

A resposta do povo sempre vem.

Nessa semana que passou, dois eventos marcaram a reação dos setores progressistas ao predomínio da agenda pública pelo Centrão e pela extrema direita: a reação da militância nas redes sociais, defendendo a taxação das bets, dos bancos e dos bilionários; e a realização do PED, Processo de Eleições Diretas do PT. Essa eleição movimentou centenas de milhares de filiados do partido e demonstrou a vitalidade incontestável da legenda.

Qual força política no país mobilizaria, em um único dia, tantos filiados? Nenhuma.

Ao reassumir publicamente a chamada pauta do povo, as esquerdas, tendo à frente o PT, emparedam o rentismo que não paga tributos e fazem a pauta ganhar força no Congresso Nacional.

Voltando à questão partidária, a consagradora vitória do candidato Edinho Silva para a presidência nacional do partido atesta o claro compromisso da agremiação com a vitória de Lula em 2026 e o apoio às medidas econômicas da equipe liderada por Fernando Haddad.

Não poderia ser diferente.

O terceiro mandato de Lula herdou uma catástrofe nas contas públicas em 2023, inclusive, mostramos muito deste desmonte em edições desta Focus brasil em entrevistas e matérias. A partir disso, recompõe com dificuldades as finanças públicas e busca zerar o déficit da União. Antes, trabalhando antes mesmo de assumir, na transição, reconstruiu programas sociais, ampliou investimentos no SUS e na educação, colocando o Brasil como o país com as maiores políticas sociais do mundo e nos retirando novamente do mapa da fome e entrando no traço do desenvolvimento.

Entretanto, ainda há, no campo progressista, setores que buscam lacrar nas redes sociais com críticas ácidas ao governo. É parte daquela gente que fala em povo, mas não conhece o que seja a verdadeira dinâmica do povo brasileiro. Por isso, seu afastamento das grandes massas da população.

Parte desses setores, ao difundir confusões no espaço público, age como quinta-coluna, favorecendo a Casa Grande e o extremismo direitista.

A resposta da militância no PED do PT e o sufoco imposto ao direitismo nas redes, em defesa da taxação das grandes fortunas, foi a melhor resposta.