Em Moscou, presidente reforça postura diplomática, condena gastos com armas e destaca papel histórico da Rússia na luta contra o nazismo

Lula propõe mediação de paz na Ucrânia e critica corrida armamentista
O presidente Lula, durante entrevista coletiva em Moscou, neste sábado (10) Foto: Ricardo Stuckert/Secom-PR

Durante entrevista coletiva em Moscou, no último sábado (10), o presidente Lula reiterou o compromisso do Brasil com a paz e defendeu a criação de um grupo de países — ao lado da China — para mediar o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia. A fala encerrou sua visita à capital russa, onde participou das comemorações dos 80 anos do Dia da Vitória, em memória à derrota do nazismo na Segunda Guerra Mundial.

“Dissemos ao presidente Putin aquilo que o Brasil vem dizendo desde o início do conflito: somos contra a ocupação territorial de qualquer país”, declarou Lula. Ele reforçou que a disposição para mediar o conflito depende da aceitação dos dois lados e criticou a escalada armamentista na Europa. “O Brasil acha uma loucura incentivar guerra. Estão gastando trilhões de dólares com armas quando o mundo precisa de investimentos em educação, saúde e comida”, afirmou.

Na ocasião, o presidente também destacou os avanços da economia brasileira, mencionou investigações em curso na área da Previdência e respondeu às críticas por participar do desfile do Dia da Vitória. Segundo Lula, a presença no evento é simbólica e reflete o compromisso histórico com a democracia e os direitos humanos. “A Rússia perdeu 26 milhões de pessoas na guerra. Precisamos lembrar disso para nunca mais permitir que coisas como o nazismo aconteçam novamente”, disse.

O presidente ainda reforçou a defesa de uma política externa independente e voltou a cobrar uma reforma no Conselho de Segurança da ONU. “O Brasil não é quintal de ninguém. Queremos um mundo multipolar, mais justo e com instituições reformadas”, concluiu.

 com informações da Agência PT