Ex-presidenta brasileira foi reconduzida ao cargo no último domingo (23), durante o Fórum de Desenvolvimento da China

Multilateralismo: Dilma é reeleita para a presidência do Banco do Brics
Foto: NDB

A presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff, foi reconduzida ao cargo neste domingo (23), durante o Fórum de Desenvolvimento da China, realizado em Pequim. 

Durante sua participação no Fórum de Desenvolvimento da China 2025, na capital chinesa, a ex-presidenta da República destacou os avanços de sua gestão à frente da instituição, conhecida como o “Banco do Brics”. Seu mandato atual termina em julho deste ano.

Dilma, que assumiu o comando do banco em março de 2023, ressaltou que seu mandato foi renovado “por unanimidade” pelo conselho da instituição.  Segundo ela, o NDB enfrentava dificuldades antes de sua chegada, e destacou que sua administração conseguiu recuperar a capacidade de captação de empréstimos.

Dilma reforçou, ainda, a importância do banco para o financiamento de projetos estruturais em países emergentes e destacou seu papel na aproximação entre Brasil e China para o desenvolvimento de iniciativas conjuntas.

Ferrovia transoceânica e investimentos chineses

Destacando compromissos do Banco, a presidenta da instituição, Dilma Rousseff, reafirmou o interesse chinês na construção da ferrovia transoceânica, um projeto estratégico que visa permitir o escoamento da produção agrícola brasileira pelo Oceano Pacífico, reduzindo custos logísticos e ampliando o acesso ao mercado asiático.

“São parcerias de longo prazo, que não se concretizam assim, de uma hora para outra”, ponderou a ex-presidenta. O projeto, discutido há anos, ganhou força após negociações entre Brasil e China, impulsionadas a partir da chegada de Dilma ao NDB.

Segundo Dilma, a cúpula do BRICS, que ocorrerá em julho, terá foco em investimentos e plataformas de financiamento, descartando, ao menos por enquanto, a criação de uma moeda única para o bloco.

Durante entrevista a jornalistas em Pequim, Dilma defendeu sua administração no NDB e criticou gestões anteriores. “Uma das coisas mais graves que aconteceram no banco foi quando não tomaram empréstimos por 16 meses”, disse, sem citar nomes. “Quando você não tem liquidez, você não investe. Ou seja, também não tinha empréstimo”.

Ela destacou que, sob sua liderança, o NDB retomou suas operações no mercado financeiro e passou a captar novos recursos, fortalecendo seu papel como agente de desenvolvimento.

Presença no Fórum de Desenvolvimento da China

O Fórum de Desenvolvimento da China 2025 reúne líderes políticos, CEOs de grandes empresas e especialistas em economia global.  A participação de Dilma no fórum consolidou sua posição de liderança no BRICS e seu compromisso com o fortalecimento da cooperação entre Brasil e China. 

Sua reeleição para o comando do NDB confirma o respaldo dos países-membros ao seu trabalho e à sua visão de desenvolvimento. O Brics é formado por 11 países atualmente – Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos, Irã e Indonésia.