Associação critica a escolha do presidente argentino e alerta para os riscos da agenda ultraliberal na América Latina
ABED repudia prêmio de Economista do Ano concedido a Javier Milei pela OEB
Presidente argentino recebe delegação da OEB na Casa Rosada, em Buenos Aires, para entrega do prêmio de Economista do Ano, ABED repudia Foto: Presidência da Argentina

A Associação Brasileira de Economistas pela Democracia (ABED) publicou, nesta terça-feira (25), uma nota de repúdio contra a decisão da Ordem dos Economistas do Brasil (OEB) de conceder o título de Economista do Ano ao presidente da Argentina, Javier Milei. Para a ABED, a escolha legitima um projeto econômico destrutivo e antidemocrático, além de demonstrar uma preocupante adesão a uma agenda ultraliberal que compromete o desenvolvimento social e econômico da América Latina.

No comunicado, a associação ressalta que Milei tem conduzido a economia argentina com medidas de desmonte do Estado, desregulamentação extrema e ataques aos direitos sociais e trabalhistas. Essas políticas, segundo a ABED, não apenas aprofundam a recessão e a desigualdade, mas também intensificam a instabilidade econômica. A entidade critica ainda a defesa incondicional de Milei à agenda do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, e aponta que seu governo se alinha a forças internacionais reacionárias que ameaçam a soberania nacional e os direitos dos povos.

“A suposta estabilização da inflação argentina, amplamente exaltada por seus defensores, nada mais é do que a repetição de políticas desastrosas de supervalorização cambial, que historicamente resultaram em sucessivas crises no balanço de pagamentos do país”, afirma a ABED.

Para a entidade, ao conceder o prêmio a Milei, a Ordem dos Economistas do Brasil se afasta do compromisso com uma economia voltada ao bem-estar social, ao fortalecimento do desenvolvimento nacional e à democracia. A associação também enfatiza que a OEB não representa a totalidade dos economistas brasileiros e denuncia que sua atual direção busca legitimar políticas que ampliam desigualdades e enfraquecem a soberania do país.

“A ABED reafirma seu compromisso com uma economia justa, inclusiva e soberana, rechaçando qualquer tentativa de validar projetos que condenam os povos ao empobrecimento e à instabilidade”, conclui a nota.

Com informações da ABED.