Violência política dispara em 2024, diz estudo
Grupo de Investigação Eleitoral da Unirio registra 338 casos entre julho e setembro
As eleições municipais de 2024 acumularam número recorde de casos de violência política. Levantamento divulgado no sábado (19), pelo Grupo de Investigação Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Giel/Unirio), contabilizou 338 episódios contra candidatos de diversas orientações ideológicas e seus familiares, somente entre julho e setembro. Na comparação com o trimestre anterior, houve aumento de 115,3%. O estado de São Paulo lidera a lista de ocorrências.
A escalada da violência política não passa despercebida ao Partido dos Trabalhadores (PT), que tem alertado as autoridades para o acirramento dos ânimos nas disputas eleitorais, cenário estimulado pelos métodos sectários da extrema direita. Candidato à reeleição em Taboão da Serra, região metropolitana da capital paulista, o prefeito José Aprígio da Silva (Podemos) foi baleado na última sexta (18), enquanto visitava bairros da cidade que foram afetados pelas fortes chuvas. Atingido no ombro, Aprígio permanece internado no hospital Albert Einstein.
Estatísticas alarmantes
Em 2024, o estado de São Paulo lidera a lista do Giel/Unirio: 58 casos de violência, aponta o estudo. Na segunda colocação, o Rio de Janeiro registrou 47 episódios. Bahia, Ceará e Paraíba estão empatados com 23, logo atrás. Entre os partidos, o União Brasil (41) mantém-se em primeiro, seguido pelo PT (39), MDB (37) e PL (33).
“O 3° trimestre de 2024 foi o período com maior número de casos na série histórica dos boletins. Ao todo, desde 2019, o Observatório da Violência Política e Eleitoral já soma 2.673 episódios em todo o país”, conclui o documento.
Entre julho e setembro, houve 179 ocorrências de violência física, modalidade mais comum de intimidação. A elas, somam-se 88 tentativas de homicídio contra políticos com ou sem mandato, resultando em 33 óbitos. As principais vítimas foram lideranças locais em campanha e pré-candidatos: 166, ao todo. Cerca de 71% são homens, mas há casos estarrecedores contra as mulheres.