Demi Moore está de volta aos cinemas como Elizabeth Sparkle no filme “A Substância”, da francesa Coralie Farjeat, um misto de ficção científica e horror body sobre a busca da eterna juventude

Demi Moore está de volta aos cinemas como Elizabeth Sparkle no filme “A Substância”, da francesa Coralie Farjeat, um misto de ficção científica e horror body sobre a busca da eterna juventude
Divulgação

Elizabeth Sparkle chegou ao topo da carreira, ganhou uma estrela na Calçada da Fama, um Oscar e na maturidade apresenta um programa diário de ginástica. A bela estrela, porém, desenvolveu um defeito imperdoável para Hollywood: envelheceu.

Dennis Quaid (Harvey), o poderoso e abjeto empresário no comando do programa precisa comunicar a Elizabeth Sparkle que sua carreira estava no fim e que ela seria substituída. Os dois protagonizam um repugnante encontro na mesa de um restaurante luxuoso, com garçonetes exuberantes. Enquanto ele devora o alimento com as mãos e ela apenas assiste, enojada, o grotesco Harvey comunica à estrela que “aos 50, tudo acaba”. A notícia é o detonador do que vem a seguir para a solitária (e ainda linda) Elizabeth Sparkle.

Lizzie sofre um acidente de carro que a coloca em contato com o mensageiro daquilo que seria “a substância” capaz de criar uma nova versão de si mesma: mais jovem, mais bonita, mais perfeita. Assombrada pela decadência iminente, Lizie decide procurar essa mulher.

Aquela que seria a versão mais perfeita da ex-estrela ganha vida através da jovem Sue, interpretada por Margaret Qualley, uma mulher sem passado e sem escrúpulos, que vai matando seu outro Eu para viver sua beleza. Afinal, Sue e Elizabeth são uma só e para existirem, um acordo de sobrevivência entre as duas é fundamental. 

O longa prende a atenção não pelos diálogos provocativos, mas possivelmente pela falta deles. A solidão de Elizabeth e sua decisão de deixar de viver para deixar sua “melhor versão” existir é extremamente perturbadora, já que ela ainda é uma mulher linda.

Todos os excessos cometidos pelos dois lados da mesma Elizabeth são explorados brilhantemente pela diretora. Quando percebe que está sendo abusada pela juventude de Sue, Elizabeth se vinga através da comida. Quando agredida pela inveja de Elizabeth, Sue lhe suga um pouco mais de vida. Esse desequilíbrio é o que sela o destino inevitável, mas exageradamente trágico das duas, que se destroem em um literal (e talvez dispensável) banho de sangue nos longos 20 minutos finais, um controverso desfecho ao estilo Kill Bill.

Visto por alguns críticos como um filme vazio e brilhante por outros, foi escolhido como o melhor roteiro de Cannes em 2024 e quebrou recorde de bilheteria. O filme arrecadou US$ 7,1 milhões apenas no mercado interno norte-americano. A arrecadação internacional foi de US$ 13,6 milhões nos primeiros dez dias após a estreia, transformado-o no maior sucesso de bilheteria da plataforma alternativa Mubi. “A Substância” está em cartaz no circuito de cinemas e ainda não tem previsão de estreia nos serviços de streaming.

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