Na abertura do Congresso Aço Brasil, vice-presidente Geraldo Alckmin anuncia iniciativas de apoio à indústria e critica decisão do Banco Central de manter a Selic a 10,50% ao ano, um entrave para o desenvolvimento

Vice-presidente diz que 2º maior juro real do mundo “atrapalha muito” o país
Na abertura do Congresso Aço Brasil, vice-presidente Geraldo Alckmin anuncia iniciativas de apoio à indústria e critica decisão do Banco Central de manter a Selic a 10,50% ao ano, um entrave para o desenvolvimento
Foto: Cadu Gomes Alckmin durante a abertura do Congresso Aço Brasil, em São Paulo

“Não há razão para termos a segunda maior taxa de juro real do mundo. Isso atrapalha muito”, afirmou Geraldo Alckmin, durante o evento de abertura do Congresso Aço Brasil, em São Paulo. A declaração do vice-presidente aconteceu na última segunda-feira (4), antevéspera da divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidiu manter a taxa de juros em 10,50% ao ano e acenou com a possibilidade de novas altas.

Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, lembrou que o Brasil tem a segunda maior taxa de juros real do mundo, “só atrás da Rússia, que está em guerra”. E assinalou que a manutenção de índices tão elevados prejudica o crescimento econômico e os investimentos no país: “O mercado internacional enfrenta um grande estresse que deve ser passageiro. O Brasil tem a 6ª maior população do mundo, um mercado interno forte, e amanhã será divulgado um recorde nas exportações de janeiro a julho. Temos reservas cambiais robustas e vejo com otimismo que a política fiscal será cumprida.”

Durante o evento, o vice-presidente destacou que a indústria de aço está sempre na vanguarda da inovação, “é a indústria das indústrias”. E aproveitou para evidenciar as iniciativas do governo federal para fortalecer o setor e atrair investimentos, como o Programa Mover, que prevê R$ 100 bilhões para descarbonização industrial até 2028. Com uma melhor taxa de juros, o desempenho do setor poderia ser potencializado.

“Serenidade e moderação” são as justificativas

A ata do Copom, divulgada nesta 4a feira (6), justifica a manutenção da Selic com um contexto de incerteza global e resiliência econômica doméstica. O documento menciona a necessidade de “serenidade e moderação” na condução da política monetária. E afirma que o Banco Central manterá a taxa elevada pelo tempo necessário para consolidar o processo de desinflação e ancorar as expectativas de inflação em torno das metas estabelecidas.

As críticas de Alckmin e outras vozes à política do Banco Central ecoam a frustração de diversos setores econômicos, que têm na alta taxa de juros um entrave ao desenvolvimento. Essa barreira imposta pelo bolsonarista Campos Neto precisa cair, para o bem do país.

`