Morreu pro exército, mas não para o ex-presidente
O mundo das milícias bolsonaristas é repleto de histórias inacreditáveis. Depois das rachadinhas dos filhos, agora sabe-se que um dos presos na operação da PF que investiga o escândalo das fraudes nos cartões de vacinação é dado como morto para o Exército brasileiro.
Preso nesta semana por envolvimento em possível fraude no cartão de vacinação de Jair Bolsonaro, o advogado e ex-major do Exército Ailton Barros transmitiu uma pensão militar para sua esposa mesmo depois de ser expulso do Exército.
O portal da Transparência registra que Marinalva Barros recebe de pensão R$ 22,8 mil brutos por mês, ou R$ 14,9 mil líquidos. Ela recebe pensão desde outubro de 2008. Ailton é registrado como “morto” nos sistemas de informática do governo, mas apenas por questões burocráticas. É um “morto ficto”, segundo o Exército.
O ex-major “foi considerado incompatível com o Oficialato”, segundo o Exército informou ao UOL. Ele foi expulso em data ainda desconhecida. Mas a decisão final que confirmou sua expulsão foi dada pelo Superior Tribunal Militar em janeiro de 2014.
“O ex-militar foi incluído no sistema como ‘morto ficto’ para que seus beneficiários legais [no caso a esposa] pudessem receber a pensão correspondente ao posto, cumprindo o previsto na legislação”, disse o Exército. “A punição do militar não deve atingir seus dependentes”. •