Sociólogo e cientista político, o professor Felipe Nunes, diretor do Instituto Quaest, tem feito análises interessantes sobre o processo político brasileiro. Ele chama atenção para a disputa presidencial, que mostra claramente uma divisão social do país, com a maioria da população optando pelo candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, contra Jair Bolsonaro (PL).

“Se alguém tinha dúvida, esses dados mostram que a polarização política se transformou em polarização social. A disputa não é mais entre partidos, mas entre grupos sociais que lutam por direitos, privilégios, garantias e recursos limitados. Ninguém vai querer perder”, comentou, no Twitter, depois de listar cenários com Lula em maioria entre mulheres, jovens, pobres e negros.

Pelo levantamento da Quaest, enquanto homens se dividem entre Lula (39%) e Bolsonaro (42%), o petista sobe a 50% no eleitorado feminino, contra 24% de Bolsonaro. Por recorde de renda do eleitorado, os ricos se dividem: Lula, 36%, e Bolsonaro, 43%. Mas os pobres votam majoritamente no ex-presidente — 56% contra 22% do atual mandatário.

Enquanto no Sul, há quase empate técnico, com Bolsonaro com 41% e Lula, 39%; no Nordeste não tem para ninguém: o candidato do PT tem 61% e o capitão, 22%. Por raça, também aparece a preferência de Lula entre eleitores negros (59%), enquanto o petista divide os votos com Bolsonaro entre brancos — 39% para Lula, 37% para o presidente. •

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