Combustíveis e inflação dão sinais de alívio e consolidam cenário de estabilidade econômica
Redução de 4,9% no combustível, a segunda no ano, deve aliviar a inflação, que teve previsão revista de 4,72% para 4,70%, segundo o Boletim Focus

A economia brasileira começou a semana com dois movimentos que sinalizam estabilidade e algum otimismo: a Petrobras anunciou uma nova redução no preço da gasolina, e o Banco Central divulgou o Boletim Focus com revisão para baixo da projeção de inflação para 2025.
As duas notícias, somadas, indicam um cenário de moderação dos preços, possível impacto positivo no custo de vida e manutenção do ritmo de crescimento, ainda que sob juros altos.
O alívio nos combustíveis, que têm forte peso no cálculo do IPCA, deve ajudar a consolidar a desaceleração inflacionária observada desde o segundo semestre deste ano.
Petrobras reduz gasolina pela segunda vez no ano
A Petrobras informou nesta segunda-feira (20) que reduzirá em 4,9% o preço da gasolina A vendida às distribuidoras a partir desta terça-feira (21).
Com o reajuste, o valor médio passa de R$ 2,85 para R$ 2,71 por litro, uma queda de R$ 0,14. O diesel, segundo a estatal, não sofrerá alterações.
Esta é a segunda redução do ano: em junho, a empresa já havia cortado o preço do combustível em 5,6%. No acumulado de 2025, a queda chega a 10,3%, o equivalente a R$ 0,31 por litro. Desde dezembro de 2022, o recuo total — já considerando a inflação — soma 22,4%.
A gasolina A é o combustível puro que sai das refinarias e é misturado ao etanol pelas distribuidoras antes de chegar ao consumidor final.
A Petrobras destacou que o reajuste busca refletir a dinâmica do mercado internacional e a cotação do petróleo, mantendo a competitividade da empresa e evitando repasses desnecessários ao consumidor.
A redução tende a aliviar a inflação, já que o combustível é um dos itens de maior peso no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador que mede a inflação oficial do país.
Boletim Focus prevê inflação menor e PIB em alta
O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (20) pelo Banco Central, mostrou uma revisão para baixo na projeção da inflação, que passou de 4,72% para 4,70% este ano.
Para os próximos períodos, o mercado também reduziu as expectativas: 4,27% para 2026, 3,83% para 2027 e 3,6% para 2028. Ainda acima do teto da meta de 4,5%, o índice reflete, contudo, tendência de estabilidade e maior controle de preços.
A taxa Selic, mantida em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom), continua sendo o principal instrumento