Objetivo é organizar um evento amplo, com participação de lideranças e coletivos de todo o Brasil, que possibilite realizar ações práticas nas periferias

Seminário reúne dirigentes para discutir como fortalecer o PT nos territórios
Foto: PT Belfort Roxo

A Fundação Perseu Abramo, por meio da área Reconexão Periferias, realizou no dia 14 de outubro o seminário “Fortalecer o PT nos Territórios”, em parceria com as Secretarias Nacionais de Organização, Nucleação e Movimentos Sociais do PT. Além de secretários nacionais e estaduais do partido, participaram cerca de 150 dirigentes.

O objetivo é organizar um evento amplo, com envolvimento de lideranças e coletivos periféricos de todo o Brasil, que possibilite realizar ações práticas nos territórios, em diálogo com as realidades e necessidades locais.

De acordo com o consultor responsável pelo projeto Reconexão Periferias, Artur Henrique Silva Santos, a conjuntura política e econômica nacional e internacional reforça a necessidade de preparação para a disputa eleitoral do ano que vem.

“Queremos colocar à disposição um conjunto de informações, pesquisas, debates e acúmulos que tivemos nos últimos anos e dialogar com as periferias, para construir propostas de ações concretas conjuntamente. Nossa ideia é fazer um evento presencial com as secretarias e as lideranças periféricas para que nos ajudem nessa missão”, afirmou.

Reconexão e mobilização nas periferias

A Secretária Nacional de Nucleação do PT, Claudinha Lima, disse que a revista Reconexão Periferias tem um papel fundamental nesse novo momento que o PT está se propondo a construir, de formação e vivência na periferia a partir da nucleação no território.

“É a partir da identificação das necessidades reais das pessoas que nós vamos fazer com que o partido volte a dialogar no dia a dia com seus filiados e filiadas, mas também com a sociedade, com aqueles e aquelas que ainda não estão filiados, mas se propõem ao debate político, a discutir as necessidades reais da comunidade, do quilombo, do seu assentamento, da periferia urbana ou rural. Esse acúmulo pode ajudar a construir política na prática”, pontuou.

Para o Secretário Nacional de Organização do PT, Laércio Ribeiro, a proposta é uma oportunidade, já que a Reconexão Periferias mapeou mais de mil organizações em 203 municípios espalhados pelo Brasil.

“O que nós precisamos, de fato, é entender quais são as nossas relações hoje em dia. Muitos dos nossos companheiros e companheiras têm relação com o movimento sindical histórico. Mas como é que está situado esse movimento sindical hoje, nesses municípios? Nós temos relação com movimentos de moradia, movimentos sociais. Mas como essas organizações estão estruturadas na ponta, e quais associações? Pensando sobre isso, creio que nós temos aqui uma importante ferramenta de construção partidária e de organização partidária”, afirmou.

Seminário reúne dirigentes para discutir como fortalecer o PT nos territórios
Imagem: reprodução

A Secretária Nacional de Movimentos Populares do PT, Lucinha do MST, destacou que o trabalho da Reconexão Periferias é importante para conectar todas as atividades e iniciativas da sociedade com a vida real do partido, com as decisões políticas e o que a direção do PT está pensando.

“Esse é o nosso grande desafio para o velho e bom trabalho de base, a inovação, enfim, a movimentação, porque, para além dessa reconexão, nós temos que ver como é que a gente coloca essa nossa força em movimento”, disse.

Território como espaço de disputa e esperança

O vice-presidente do PT de Santarém (PA), Danilo Senna, manifestou seu reconhecimento à Fundação Perseu Abramo e à Reconexão Periferias. “Trata-se de uma iniciativa estratégica, porque territorializar não é só organizar o partido, é disputar consciência, afeto, narrativa e futuro. Nós, que vivemos a realidade da Amazônia e das periferias do Brasil, sabemos que o PT só será forte nacionalmente se for reconhecido como presença concreta no território e não apenas como legenda nas eleições.”

Ele propôs transformar os núcleos de base em núcleos vivos, com agenda permanente, escuta comunitária, rodas formativas rápidas e com materiais da Fundação. “E também mutirões de direitos sociais, ações culturais, ocupações de praças, escolas, feiras, igrejas e bairros, associações, times de várzea, não como evento isolado, mas como ritmo de militância constante. Porque a periferia, ao meu ver, não é só carência, ela é potência, ela é cultura. Ela é trabalho informal. Ela é juventude criativa, mulheres que organizam solidariedade, trabalhadores que constroem o país todos os dias. E se o PT quer disputar 2026 com força, tem que estar onde o povo está antes da eleição”, concluiu.