Óbitos caem 21% no território Yanomami; ações integradas reduzem mortalidade por malária, desnutrição e infecções respiratórias

Assistência ampliada reduz mortes entre os Yanomami em 2024
Fernando Frazão/Agência Brasil

A ampliação da presença do Estado no território Yanomami começa a dar resultados concretos. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que o número de mortes na população indígena caiu 21% em 2024, com destaque para a redução de óbitos por causas evitáveis como infecções respiratórias agudas (-47%), malária (-42%) e desnutrição (-20%).

O avanço ocorre em meio à retomada da infraestrutura e à ampliação das equipes de saúde na região. Desde 2023, o número de profissionais atuando na Terra Yanomami cresceu 158%, saltando de 690 para 1.781. Parte desse contingente foi contratada via AgSUS e pela expansão do Programa Mais Médicos. Hoje, 45 médicos atendem diretamente nas comunidades e na Casa de Saúde Indígena (Casai), em Boa Vista.

Com a reabertura de sete polos de atendimento fechados durante a gestão anterior e a recuperação de estruturas danificadas pelo avanço do garimpo ilegal, 5.224 indígenas voltaram a receber acompanhamento regular. O Ministério da Saúde também destinou R$ 256 milhões à infraestrutura da saúde indígena apenas em 2024, permitindo que os 37 polos base estejam hoje em pleno funcionamento.

A ação integrada também impactou os indicadores nutricionais. A desnutrição grave entre crianças de até cinco anos caiu de 24,2% em 2023 para 19,2% em 2024. Já o número de crianças com peso adequado chegou a 50% da população infantil Yanomami.

A intensificação da vigilância sanitária e o reforço no diagnóstico resultaram em 44% mais exames para malária, o que explica o leve aumento de notificações. A mortalidade pela doença, no entanto, caiu de forma expressiva.

Também houve alta nos atendimentos por infecções respiratórias agudas (IRA): foram 24.180 em 2024, contra 7.523 no ano anterior — um salto de 270%. Mesmo com mais diagnósticos, a letalidade despencou 73%, reflexo do tratamento precoce e do acesso ampliado.

Entre os profissionais, os atendimentos por nutricionistas cresceram 461% no comparativo anual (de 8.905 para 49.974). Também aumentaram os atendimentos médicos (72,6%), de técnicos e auxiliares de enfermagem (13,9%) e de enfermeiros (28%).

O informe mais recente do Centro de Operações de Emergência Yanomami também destaca um aumento de 65% na cobertura vacinal em 2024, com 53.477 doses aplicadas até abril, contra 32.352 no mesmo período de 2023.