O verão de 2025 no Brasil registra altas temperaturas recordes, chegando à sensação térmica de 50ºC no Rio de Janeiro, refletindo os impactos do aquecimento global, enquanto o país se prepara para a COP 30 
O verão de 2025 no Brasil registra altas temperaturas recordes, chegando à sensação térmica de 50ºC no Rio de Janeiro, refletindo os impactos do aquecimento global, enquanto o país se prepara para a COP 30
Termômetro de rua no Rio de Janeiro marca 40º em um dia de verão Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A imagem de milhares de pessoas nas praias, durante a noite de 16 de janeiro no Rio de Janeiro, é emblemática. Naquela data, a sensação térmica atingiu os 50 graus, repetindo as altas temperaturas dos dois anos anteriores.

Embora o país esteja no verão brasileiro — estação marcada por calor intenso e chuvas torrenciais —, a previsão do tempo revela fenômenos meteorológicos que extrapolam a normalidade. Um deles, ainda objeto de desconfiança por alguns, segue se consolidando: o aquecimento global.

Seus efeitos têm se intensificado ano após ano, especialmente devido ao desmatamento excessivo e ao uso de combustíveis fósseis. Fenômenos como o El Niño têm se mostrado ainda mais devastadores, elevando a temperatura média global pelo terceiro ano consecutivo.

Em 2024, o aquecimento global registrou números recordes. A temperatura média global do planeta foi 1,6°C mais alta do que no período pré-industrial, entre 1850 e 1900. O aumento da temperatura global também é impulsionado pelo acúmulo de gases de efeito estufa na atmosfera, como dióxido de carbono e metano. Esse aumento ultrapassou o limite de 1,5°C de aquecimento máximo estabelecido pelo Acordo de Paris, que visa evitar tragédias irreversíveis para a vida na Terra.

Ao ultrapassar esse limite, as temperaturas extremas confirmam que o mundo enfrenta uma emergência climática, intensificando a pressão para acordos multilaterais de cooperação que busquem evitar a escalada da crise.

COP 30

A COP 30, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, será a 30ª edição do evento e ocorrerá entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, em Belém, no Pará. Esse evento colocará o Brasil e o governo Lula como protagonistas na construção de ações eficazes contra o aquecimento global. Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a COP 30 será histórica. “Uma coisa é discutir a Amazônia no Egito; outra é discutir a Amazônia em Berlim; outra é discutir a Amazônia em Paris. Agora, não. Vamos discutir a importância da Amazônia dentro da Amazônia. Vamos discutir a questão indígena, vendo os indígenas. Vamos discutir a questão dos povos ribeirinhos, vendo os povos ribeirinhos e vendo como eles vivem”, afirmou o presidente.

Acordo de Paris

Outro marco importante no debate sobre o aquecimento global foi a decisão de Donald Trump de retirar os Estados Unidos do Acordo Climático de Paris logo no seu primeiro dia na Presidência. Trump anunciou sua saída em seu discurso de posse e também prometeu aumentar a produção de petróleo dos Estados Unidos, além de eliminar subsídios criados por seu antecessor, Joe Biden, para a compra de veículos elétricos.

O principal objetivo do Acordo de Paris, assinado durante a COP21, a 21ª cúpula do clima da ONU, é manter o aquecimento global abaixo de 2°C até o final do século, com esforços para limitar esse aumento a 1,5°C. No entanto, no ano passado, pela primeira vez, a temperatura média global aumentou 1,6°C em relação aos níveis pré-industriais.