Além dos estragos, apagão em SP provoca prejuízo bilionário ao comércio
Ministro de Minas e Energia realiza força-tarefa para que Enel restabeleça totalmente a energia na capital paulista ainda nesta semana
Após o temporal que atingiu São Paulo, na última sexta-feira (11), com ventos que chegaram a 100 km por hora, a cidade ainda contabiliza os estragos do apagão de energia que deixou mais de 1,45 milhão de pessoas sem luz – número maior do que os 1,35 milhão atingidos pelo furacão Milton, na Flórida, nos Estados Unidos.
O problema na maior cidade da América Latina não é novo. Em novembro do ano passado, a empresa Enel levou seis dias para que os serviços fossem restabelecidos. Desde então, a discussão sobre a má qualidade dos serviços da empresa italiana, que ganhou a concessão em 2018, segue em alta.
Outro ponto do debate tem relação com o serviço de podas de árvores na capital paulista. Dos cerca de 43 mil pedidos de podas, mais de 11 mil ainda estão sem resposta, a maior parte deles em regiões periféricas. No domingo (13), a CET, Companhia de Engenharia de Tráfego, contabilizou 386 árvores caídas, sendo necessária a participação da Enel em 182 para a remoção com segurança. Além disso, 173 semáforos foram desligados.
Além da grave situação nas residências dos paulistanos, houve graves perdas para o setor do comércio. Segundo a Fecomércio, o balanço dos prejuízos aos comerciantes foi bilionário. No setor de serviços, as perdas alcançaram R$ 1,1 bilhão, enquanto no varejo, a somatória foi de R$ 536 milhões.
Nesta quarta-feira (15), cerca de 250 mil endereços permanecem no escuro. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, deu como prazo a quinta-feira (17) para que seja restabelecida a energia elétrica em toda a cidade.
Em coletiva de imprensa, Silveira afirmou o apoio de concessionárias do país em uma força-tarefa para auxiliar a Enel. “Somados às distribuidoras CPFL, Enel, EDP, ISA CTEEP, Eletrobras, Light, Energisa, que estão aqui hoje, nós estamos ampliando de 1.400 [funcionários da Enel] para 2.900 profissionais, além de mais de 200 caminhões para apoiar essas equipes, fora os caminhões de própria Enel, e mais de 50 equipamentos”, disse o ministro.
O assunto foi tema do debate entre os postulantes ao cargo de prefeito de São Paulo realizado nesta quarta-feira (14) pela rede Bandeirantes. O candidato Guilherme Boulos (PSOL) acusa o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), de omissão. Segundo a imprensa, o tema deverá ser bastante explorado por Boulos no horário eleitoral, já que ele mesmo foi um dos afetados no bairro do Campo Limpo, na zona sul da capital.