O ministro-chefe da Advocacia Geral da União (AGU), Jorge Messias, defendeu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reiterando que os ataques com produção em massa de memes se baseiam num falso aumento de tributos no país. 

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os ataques da extrema-direita ao governo Lula têm acontecido de diversas formas. Mas é na internet que os opositores, sejam eles políticos ou apenas militantes do bolsonarismo, descarregam a maior parte das fake news que circulam antes mesmo do início da atual gestão. 

A onda mais recente de desinformação produzida pela extrema-direita teve o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como alvo – mais uma vez. Apesar de todos os avanços ocorridos desde o dia 1º de janeiro de 2023, nada impede que os aliados do ex-capitão continuem a produzir ataques não só contra o governo, mas principalmente contra o…Brasil. 

Os ataques ocorrem poucos dias depois de aprovada a regulamentação da reforma tributária. A oposição prevaleceu nas redes como a responsável pela inclusão da carne na cesta básica, de forma que o IVA não seja cobrado deste item. Outro fator que ativou o gabinete de ódio foi a proposta de aumento no Imposto Seletivo (também conhecido como Imposto do Pecado) que tenta dificultar o consumo de produtos que fazem mal à saúde e ao meio ambiente – medida adotada em diversos países do mundo.

Os memes usados para responsabilizá-lo por um suposto aumento na carga tributária se apoiam tão somente na taxação de produtos importados – que é verdadeira. Mas tentam passar a ideia de que, com o ministro, o povo brasileiro está gastando grande parte dos seus rendimentos com tributos. Os números, claro, provam exatamente o contrário. 

Em 2023, primeiro ano da terceira gestão Lula,  todas as esferas do governo arrecadaram R$ 3,521 trilhões em tributos, impostos e contribuições. O valor equivale a 32,44% do tamanho da economia, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados da Receita Federal e do Ministério da Fazenda.

O número é 0,64 ponto menor do que o apresentado um ano antes, em 2022, e o menor patamar desde 2020.

Um fato que explica essa carga menor de tributos é explicado pelo próprio Tribunal de Contas da União (TCU): foram adotadas 32 novas desonerações de impostos no ano passado com impacto total de R$68 bilhões a menos na arrecadação.

Ação orquestrada

A grande quantidade de memes não foi por acaso. Como era de se esperar, as suspeitas apontam para mais uma ação orquestrada da extrema-direita – que não vê limite no uso criminoso da internet. Em entrevista no dia 17 de julho, o  ministro-chefe da Advocacia Geral da União (AGU), Jorge Messias, defendeu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reiterando que os ataques com produção em massa de memes se baseiam num falso aumento de tributos no país. 

“Quem financia a indústria de memes? Seriam os mais humildes, contemplados na reforma tributária? Ou seriam os mais ricos, alcançados pela tributação depois de muitos anos de benefícios?”, escreveu Messias em seu perfil no X”. 

PIB pode ser ainda maior que o previsto 

Mesmo com a redução na carga tributária a previsão do Governo Federal é de terminar o ano com Produto Interno Bruto (PIB) maior do que o previsto. Quem garante é o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, “Tudo indica que mesmo com a calamidade do Rio Grande do Sul, que afetou um Estado que responde por quase 8% do PIB brasileiro, a economia não parou de crescer”, declarou, na terça (16) em reunião com o setor da indústria de alimentos. 

Presente na reunião, Lula reiterou o que vem dizendo desde a campanha que o elegeu presidente pela terceira vez: o aumento do PIB significa que o brasileiro está ganhando mais e gastando mais. A projeção de Lula é de que o crescimento supere os 2,5% previstos anteriormente. 

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