Com Lula, inflação desacelera e geração de empregos bate recorde
Dados divulgados pelo Ipea mostram também que, em 12 meses, as famílias de renda muito baixa tiveram a menor taxa de inflação (3,66%)
Redação Focus Brasil
Não adianta cortinas de fumaça ou malabarismos para distorcer a realidade, como menosprezar a desoneração da carne na cesta básica para “proteger os brasileiros da carestia”, como tenta a grande imprensa fazer com os resultados do governo federal. A verdade é que, apesar do rombo fiscal herdado e de todo o trabalho de reconstrução do que foi desmantelado em cada pasta estrutural de equilíbrio social, econômico e fiscal do país, o terceiro governo de Lula segue trabalhando tendo como meta o crescimento com segurança social, o projeto eleito pelo povo em 2022.
A economia brasileira mostra sinais positivos com a recente desaceleração da inflação, conforme aponta o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda. Em junho, todas as faixas de renda apresentaram queda na inflação em comparação com maio. As famílias de renda alta foram as mais beneficiadas, com a inflação caindo de 0,46% em maio para 0,04% em junho. Para as famílias de renda muito baixa, a inflação desacelerou de 0,48% em abril para 0,29% em maio e junho.
Nos últimos 12 meses, as famílias de renda muito baixa tiveram a menor taxa de inflação, 3,66%, enquanto as de renda alta registraram 4,79%. A queda das tarifas aéreas e dos transportes por aplicativo favoreceu especialmente as famílias de renda alta. Já as famílias de renda muito baixa, que não se beneficiaram da redução das passagens aéreas, sentiram mais o aumento dos preços dos alimentos.
Os dados, divulgados nesta segunda-feira (15) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostram que o aumento dos preços dos alimentos ao longo do ano é o principal fator que pressiona a inflação para as famílias de renda muito baixa, cuja taxa acumulada de 2,87% em 2024 é significativamente maior que a das famílias de renda alta, que está em 1,64%.
Principais Pressões Inflacionárias
Os grupos de alimentação e bebidas, e saúde e cuidados pessoais foram os principais responsáveis pela pressão inflacionária em praticamente todas as classes de renda. Mesmo com a deflação de frutas (-2,6%), carnes (-0,47%) e aves e ovos (-0,34%), o aumento nos preços de cereais, arroz (2,3%), tubérculos (2,0%) e leites e derivados (3,8%) resultou na alta dos preços dos alimentos em junho.
No grupo de saúde e cuidados pessoais, os reajustes em produtos farmacêuticos (0,52%), itens de higiene pessoal (0,77%) e serviços médicos, como hospitais e laboratórios (1,0%), além dos planos de saúde (0,37%), também contribuíram para a inflação.
Para as famílias de renda alta, a inflação foi aliviada pelo grupo de transportes, apesar do aumento de 0,64% na gasolina. A queda nos preços das passagens aéreas (-9,9%) e nas tarifas de transportes por aplicativo (-2,8%) ajudou a compensar o impacto dos alimentos e da saúde.
Dados Acumulados em 12 Meses
Nos últimos 12 meses, a maior pressão inflacionária recaiu sobre os grupos de alimentação, transportes, e saúde e cuidados pessoais. Nos alimentos, mesmo com a deflação de carnes (-6,5%) e aves e ovos (-1,2%), os aumentos nos preços de cereais (19,0%), tubérculos (42,2%), frutas (18,5%) e hortaliças (15,7%) foram significativos.
Nos transportes, as maiores contribuições inflacionárias vieram das tarifas de ônibus intermunicipais (9,6%), metrô (10,8%) e transporte por aplicativo (6,5%), além dos reajustes nos combustíveis (10,0%).
No grupo de saúde e cuidados pessoais, as pressões vieram dos produtos farmacêuticos (6,3%), itens de higiene (2,8%), serviços de saúde (8,5%) e planos de saúde (9,1%).
Para as famílias de renda baixa, os reajustes nas tarifas de energia elétrica (3,0%) e de água e esgoto (6,6%) contribuíram para a inflação no grupo de habitação. Já para as famílias de renda alta, os aumentos nos serviços pessoais (5,9%) e nas mensalidades escolares (6,9%) fizeram com que os grupos de despesas pessoais e educação tivessem um impacto significativo na inflação.
RETRANCA CONTINUAÇÃO, se der pra começar na segunda página, ótimo
Mercado de Trabalho Aquecido e Desejo por Estabilidade
Com a economia em alta, sete em cada dez trabalhadores informais desejam mudar para empregos estáveis e com melhores salários
Outra boa notícia, o mercado de trabalho está em alta, com a menor taxa de desemprego dos últimos 10 anos, atualmente em 7,1%. Há um aumento nas vagas com carteira assinada, o que tem levado muitas pessoas a buscar a troca de empregos informais e mal remunerados por oportunidades mais estáveis e com melhores salários.
Segundo a Sondagem do Mercado de Trabalho do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), 67,7% dos trabalhadores autônomos querem migrar para empregos formais. Este desejo também é forte entre os formalizados com CNPJ (54,6%) e ainda mais entre os informais (72,1%).
Busca por estabilidade
A procura por empregos estáveis e com melhores salários vai na direção oposta à desastrosa reforma trabalhista de Temer e à gestão de Paulo Guedes e Bolsonaro, que flexibilizaram as relações de trabalho e promoveram a “uberização”, deixando muitos trabalhadores sem garantias básicas.
Ao contrário do que a mídia tradicional divulga, substituindo precariedade por uma suposta liberdade, essa situação não é desejada pela população. “As pessoas que estão na informalidade, muitas vezes, estão lá por necessidade e não por escolha”, afirma Rodolpho Tobler, coordenador das Sondagens Empresariais e de Indicadores de Mercado de Trabalho do Ibre/FGV.
A recuperação do mercado de trabalho sob o governo Lula vem mudando esse quadro. Desde 2023, o emprego formal tem mostrado um forte crescimento, com o total de trabalhadores com carteira assinada no setor privado alcançando o patamar de 38,3 milhões de pessoas, em maio de 2024, segundo a Pnad Contínua do IBGE. A taxa de desemprego também é a menor em quase uma década.