Israel ignora apelos internacionais, mantém promessa e ataca Rafah e Jabaliya em nova ofensiva contra a Palestina

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Israel intensificou nesta segunda-feira, 13, operações terrestres e ataques aéreos em Jabaliya, o principal campo de refugiados palestinos localizado ao norte de Gaza, fundado em 1948. Vídeos divulgados nas redes sociais pelos moradores de Jabaliya registraram os ataques e a fuga de dezenas de pessoas, a maioria composta por mulheres, adolescentes e crianças.

Além dos ataques à Jabaliya, tropas israelenses intensificaram ações em Rafah, cidade ao sul de Gaza. Israel assumiu o controle da fronteira entre Rafah e Kerem Shalom, na fronteira com o Egito. Além de casas e prédios, ambulâncias são alvos de disparos das forças israelenses, impedindo acesso aos feridos na região.

Segundo a Reuters, pelo menos 57 pessoas morreram desde domingo, 12. A agência informou que as autoridades de saúde de Gaza não puderam identificar o número correto de mortos entre civis e soldados.

A Agência da ONU de Assistência a Refugiados Palestinos, Unrwa, estima que aproximadamente 360 mil pessoas fugiram de Rafah durante a última semana com a intensificação dos bombardeios israelenses na região.

Segundo relatos, além de interromper as entregas de ajuda humanitária, a violência resultou na morte de mais um funcionário da ONU. A Unrwa denunciou que Israel restringiu o acesso humanitário, o que agrava a situação para os habitantes de Gaza.

Egito une-se à Africa do Sul em denúncia contra genocídio

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Egito anunciou no domingo, 12, a decisão de apoiar a África do Sul no caso apresentado ao Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) contra Israel, acusado de genocídio contra o povo palestino. O caso foi apresentado em dezembro e pede que o tribunal ordene a suspensão das operações militares em Gaza com base na Convenção para a Prevenção do Crime de Genocídio.

Segundo a All Jazeera, a decisão do Egito de participar do caso deve-se às práticas “sistemáticas e contínuas por parte de Israel perpetradas contra o povo palestino”. Em abril a Colômbia pediu para apoiar o caso a fim de garantir “a segurança e o direito de existir do povo palestino”. A Turquia também deve apoiar o caso no TIJ, informou a Al Jazeera.

ONU admite Palestina como estado membro

O Ministério das Relações Exteriores brasileiro saudou na sexta-feira, 10, a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas que admitiu como membro o Estado da Palestina. Mais de dois terços dos Estados Membros da ONU apoiaram a decisão, que contou com 143 votos a favor, 9 contra e 25 abstenções. A resolução contou com copatrocínio e voto a favor do Brasil. Em nota, o Ministério informou que o Brasil “continuará trabalhando para que a Palestina seja reconhecida como membro pleno das Nações Unidas”.

A nota informa ainda que “o Brasil reconhece, desde 2010, o Estado da Palestina nas fronteiras de 1967, o que inclui a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital”.

Com informações da Reuters e Al Jazeera