PT: o partido do povo brasileiro, por Gleisi Hoffmann
Gleisi Hoffmann
Presidenta Nacional do Partido dos Trabalhadores
Em 44 anos de história, sempre do lado do povo brasileiro, o Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras segue sendo forjado e renovado nas grandes lutas pela transformação do país. Nascemos para mudar o Brasil, combatendo a injustiça e a opressão. Hoje nossa principal tarefa é sustentar o projeto de reconstrução liderado pelo presidente Lula, ao mesmo tempo em que enfrentamos a extrema-direita, que derrotamos em 2022, mas continua ameaçando o país.
O PT nasceu enfrentando a ditadura militar, em meio às lutas pelo direito de greve e pela liberdade de organização e manifestação dos trabalhadores e do povo oprimido. Foi o primeiro partido nacional criado a partir da base popular, principal referência de nossa ação política. A história e a atuação do PT se entrelaçaram com os movimentos sociais e organizações populares e sindicais como a de nenhum outro partido político em nosso país.
A história do PT é a história das conquistas sociais, econômicas e democráticas do provo brasileiro, desde a luta pela redemocratização até dos dias de hoje. Nossa bancada na Constituinte de 1998 expressou as reivindicações e o grau de organização da classe trabalhadora da cidade e do campo, na defesa dos direitos sociais, trabalhistas e da cidadania; da reforma agrária, dos povos indígenas, das mulheres e do povo negro. Expressou a definição do Brasil como país soberano e democrático.
Começando pelas prefeituras, mostramos um novo modo de governar, com participação popular e prioridade para o social. Confrontamos, nas ruas, nos sindicatos e nos parlamentos, a maré neoliberal dos anos 1990 e sua política de redução do estado, de privatizações daninhas e entrega do patrimônio nacional. O acúmulo de nossas lutas, sempre em sintonia com a pauta do povo, nos levou a governar o país, com a liderança do presidente Lula, em apenas duas décadas de existência.
Os governos do PT colocaram em prática os direitos estabelecidos na Constituição que, de outra forma, teriam ficado apenas no papel e nas intenções. Novas políticas públicas, como o Bolsa Família, aumentos reais do salário-mínimo, a maior reforma agrária de todos os tempos, o PAC, Prouni, as cotas para ingresso nas universidades, o fortalecimento do SUS e do Saúde na Família, as UPAS, o resgate da Petrobrás e dos bancos públicos, mudaram para muito melhor a vida do povo e a face do país.
Mostramos que era continua sendo possível governar o Brasil de outra maneira, rompendo com séculos de exclusão, patrimonialismo e concentração de renda e poder político. A economia cresceu como não ocorria havia mais de 50 anos, e de um modo inédito: com distribuição de renda e redução das desigualdades, inclusive entre as regiões. O Brasil assumiu protagonismo entre as nações, promoveu a integração regional, a cooperação com os países da África, conquistou novos mercados e colocou na pauta internacional o combate à fome e à pobreza.
Tantas mudanças em tão breve tempo contrariaram poderosos interesses econômicos, geopolíticos e de classe, que se concentraram para interromper o processo de transformação do Brasil. Primeiramente, pelo golpe do impeachment sem crime em 2016, que depôs a presidenta Dilma Rousseff. O golpe teve sequência com a perseguição, condenação sem provas e prisão ilegal do presidente Lula, para impedi-lo de disputar as eleições de 2018, que instalaram um governo militarizado, radicalmente neoliberal e de extrema-direita em nosso país.
No momento mais difícil de nossa história, o PT encontrou, em nossa militância e no coração do povo brasileiro, as forças necessárias para resistir a uma campanha de destruição que teria feito qualquer outro partido sucumbir. Nunca deixamos cair a bandeira Lula Livre, nunca nos intimidamos diante das mentiras na mídia e no submundo das redes, nem das ameaças de chefes militares corrompidos pelo bolsonarismo. Nunca desistimos de lutar pela verdadeira justiça; até que ela foi alcançada com a anulação dos processos ilegais e a decretação, pelo Supremo Tribunal Federal, da parcialidade de Sergio Moro e seus comparsas.
Nossa luta, nossos compromissos e nosso legado nos deram a oportunidade histórica de derrotar o fascismo nas urnas e voltar ao governo em 2022, com Lula, para reconstruir o país e recolocar o Brasil no rumo da transformação. Vencemos muitas batalhas para voltar, mais conscientes de quem são nossos verdadeiros aliados e quem são os nossos adversários. Conscientes de que temos de corresponder às expectativas e esperanças do povo, concretizando a democracia, única maneira de impedir o avanço e retorno das forças da extrema-direita.
O maior ensinamento que podemos tirar desses 44 anos de história é simples e não deve ser esquecido: o PT existe, resiste e avança porque sempre foi, é e tem que continuar sendo o partido do povo brasileiro.