Enquanto latino-americanos morrem em ataque do Hamas, presidente pede ajuda humanitária para proteger cidadãos israelenses e palestinos. Aviões da FAB já deram início ao resgate

APELO Lula pediu ao Hamas e ao governo israelense um cessar-fogo. Foto: Ricardo Stuckert

Desde a eclosão da nova etapa do conflito israelo-palestino, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a acompanhar a situação de perto. Na quarta-feira, 11, pediu o fim da “insanidade da guerra”. Mais de uma dúzia de latino-americanos foram mortos durante o ataque do Hamas, com cidadãos do Brasil e da Argentina feitos prisioneiros na Faixa de Gaza. Sete argentinos, dois brasileiros, dois peruanos, um colombiano e um paraguaio foram mortos e pelo menos 15 argentinos, três peruanos, dois mexicanos e um brasileiro continuam desaparecidos.

Na terça-feira, 10, o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), Jonathan Conricus, disse que dezenas de reféns foram sequestrados por combatentes do Hamas, incluindo cidadãos com dupla nacionalidade do Brasil e da Argentina e pessoas de outros países. “Este não é um desafio apenas israelense”, acrescentou.

Lula pediu à comunidade internacional que faça uma intervenção humanitária urgente para proteger as crianças israelenses e palestinas da “insanidade da guerra”. “O Hamas deve libertar as crianças israelitas que foram raptadas das suas famílias. Israel deve parar os bombardeios para que as crianças palestinas e suas mães possam deixar Gaza pela fronteira com o Egito”, declarou.

Ainda na madrugada de quarta, chegou o primeiro avião de resgate trazendo brasileiros de Israel pousou em Brasília. O KC-30 da Força Aérea Brasileira (FAB), com 211 passageiros, fez voo de cerca de 14 horas direto para a capital federal, saindo de Telavive. Do total, 107 passageiros desembarcaram em Brasília e 104 seguiram para o Rio de Janeiro em outras duas aeronaves da FAB.

Estão previstos mais quatro voos até domingo, 15, na chamada Operação Voltando em Paz, coordenada pelos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores. A estimativa é retirar 900 brasileiros que estão em Israel e na Palestina. As próximas aeronaves pousarão no Rio de Janeiro, Recife, São Paulo e as duas últimas no Rio. Para o deslocamento até o destino final de cada um as passagens serão custeadas pela empresa aérea Azul. A parceria é uma articulação da Presidência com a companhia.

O Itamaraty já colheu os dados de pelo menos 2,7 mil brasileiros interessados em deixar a região e voltar ao Brasil. A maioria é de turistas que visitavam Telavive e Jerusalém quando, no sábado, 7, o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, deflagrou o ataque surpresa contra o território israelense.

No confronto no fim de semana, os brasileiros Ranani Nidejelski Glazer e Bruna Valeanu, ambos de 24 anos, morreram. Ambos foram vítimas do ataque de soldados do Hamas a um festival de música eletrônica que ocorria no Sul de Israel, próximo à Faixa de Gaza. Segundo a imprensa israelense, só no local foram localizados 260 mortos. Há ainda uma brasileira desaparecida. A carioca Karla Stelzer, de 41 anos, vive em Israel há mais de dez anos e, como Bruna e Glazer, também participava da rave Universo Paralello. 

Outros cidadãos latino-americanos também foram afetados pela resposta militar de Israel em Gaza. Argentina e México também enviaram aviões para evacuar os seus cidadãos, enquanto a Colômbia anunciou que também vai resgatar quem está em Israel. •

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