PT se despede de uma das construtoras do feminismo dentro da legenda. Ela morreu vítima de uma parada cardíaca

O feminismo, a luta das mulheres em suas variadas frentes e pautas, a luta da classe trabalhadora e da militância petista, de esquerda, progressista e revolucionária perdeu na sexta-feira, 6, uma das mulheres mais emblemáticas de exemplo de luta e força de vontade. Nalu Faria partiu, vítima de uma parada cardíaca, depois de um longo período lutando de luitas sociais. Ela costumava dizer que “a gente nunca se cansa da luta”.

Nalu foi uma daquelas mulheres que fizeram o bom combate, ensinaram o bom combate, acreditaram na construção da força das mulheres. Um trabalho longo, sem fim, muitas vezes com poucas possibilidades de bons prognósticos. Mas uma líder não desanima e não deixa as demais desanimarem. Muitos anos antes do bordão “ninguém solta a mão de ninguém”, nos longínquos anos 1980 e 1990, a atuação da companheira já mostrava que estava neste mundo para somar, multiplicar e modificar.

Psicóloga, ela atuou durante toda sua trajetória para mudar a vida das mulheres, conseguiu avançar em alguns momentos da história política e social do país e até do mundo. Seu sonho era para mudar todo planeta. Coordenadora da Sempreviva Organização Feminista, uma das primeiras organizações não-governamentais de São Paulo, nunca desistiu da luta.

Ativista, militante do Partido dos Trabalhadores, construtora do feminismo dentro da legenda, ela foi dirigente da Marcha Mundial das Mulheres, integrante do Conselho Curador da Fundação Perseu Abramo entre 2012 a 2020 e autora de publicações variadas sobre muitos dos temas que fazem parte da luta das mulheres. Isso incluiu o debate sobre economia feminista. 

Era respeitada pelos movimentos sociais e admirada por muitas gerações de homens e mulheres que, como ela, acreditam num mundo de justiça social e menos desigualdades. 

Em nota, a Fundação Perseu Abramo lamentou a passagem da corajosa militante política: “Nalu Faria parte hoje e nos deixa não só seu legado de luta, resistência e persistência, mas muita saudade. Como ela, temos fé na força que só a organização da luta por justiça e direitos consegue modificar a vida de cada uma de nós. E por este motivo, eternamente, Nalu presente!”.

“Neste momento de tristeza e pesar, a Fundação Perseu Abramo se dirige a seus filhos, Iuri, Júlia e Matias, para prestar solidariedade e render nossas homenagens à mãe lutadora que ela também foi”, concluiu a nota de pesar da FPA. •

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